O ministro Ricardo Lewandowski, em evento do Lide, em Nova Iorque | Foto: Reprodução/Redes Sociais
Banco investigado na Lava Jato pagou jantar de luxo a ministros do STF

Daniel Vorcaro, jovem bilionário e dono do Banco Master, organizou e custeou, no restaurante Fasano New York, na região da 5ª Avenida, um jantar para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outros convidados da Brazil Conference, organizada pelo Lide, empresa de João Doria, em Nova Iorque.

Vorcaro, conhecido como um dos novos “lobos” da Avenida Faria Lima, foi alvo de investigações por suspeita de fraude em fundos de pensão de servidores públicos de prefeituras e, por isso, chegou a ser alvo de uma ordem de prisão em 2019. As informações são do portal Metrópoles

De acordo com o jornal, Daniel encomendou ao Fasano um banquete para 150 pessoas. O restaurante foi aberto especialmente para a ocasião. A instituição não aparece entre os patrocinadores e apoiadores da conferência do Lide.

Fartura 

O cardápio contou com cinco canapés, ao custo de US$ 65 dólares (cerca de R$ 350) por pessoa. Entre as opções servidas, os convidados podiam optar por tartare de atum, salmão defumado com caviar, tortelete de trufas e bruschettas de cogumelos Porcini e de steak tartare.

O jantar foi contemplado com uma sequência de quatro pratos, que não saem por menos de US$ 140 dólares (em torno de R$ 750) por pessoa. As bebidas foram servidas à vontade.

Lava Jato

O Banco Máxima foi investigado na Lava Jato. Hoje, além da mudança de nome, outros gestores comandam a empresa. O Master nasceu dos ativos do Máxima, mas são pessoas e gestão diferentes.

Em 2021, segundo o Ministério Público Federal (MPF), dois ex-gestores do Banco Máxima e outras três pessoas tornaram-se réus por crimes financeiros relacionados à instituição, entre 2014 e 2016. O então diretor-presidente do banco, Saul Dutra Sabba, e o diretor jurídico à época, Alberto Maurício Caló, respondem por gestão fraudulenta, prestação de informações falsas ao Banco Central e divulgação de dados inverídicos em demonstrativo financeiro. Com os delitos, os envolvidos pretendiam maquiar o balanço do Máxima para ocultar prejuízos e potencializar a captação de recursos no mercado.

A denúncia do MPF detalha também as supostas manipulações contábeis que Sabba e Caló realizaram para dissimular a insuficiência de capital do Máxima em declarações destinadas ao Banco Central, de janeiro de 2015 a março de 2016. A aplicação de metodologias diferentes daquelas estabelecidas pela autoridade monetária e a omissão de informações nos cálculos apresentados permitiram ao banco assumir legalmente novos riscos e evitaram restrições à remuneração de seus diretores e acionistas.

Alberto Maurício Caló

A assessoria de Alberto Maurício Caló esclarece que:

Alberto Maurício Caló, ex-Diretor Jurídico do então Banco Máxima, hoje Banco Master, não teve nenhuma participação nas operações relativas à denúncia do Ministério Público Federal. Em relação ao inquérito, Caló alega que o inquérito conduzido pela Polícia Federal concluiu pelo não indiciamento e, por fim, a defesa de Alberto Caló já pediu sua absolvição sumária e eventualmente pedirá o trancamento da ação.

Cabe ainda esclarecer que Alberto Caló está processando o Banco Central para afastar as acusações administrativas que lhe foram imputadas e já obteve medidas liminares a seu favor.

Nota do Banco Master

O Banco Master informa que a investigação mencionada (e o mandado de prisão) foi julgada ilegal pelo Tribunal Regional Federal da 1 Região. Não houve sequer denúncia por parte do Ministério Público Federal.
O Banco Máxima, atual banco Master, mudou de controladores em 2019. Nunca os atuais controladores foram denunciados e processados pelo Ministério Público Federal. A investigação foi considerada ilegal pois trata de episódios anteriores à aquisição do banco pelos atuais controladores.
Como faz em diversos seminários e fóruns de discussão empresarial, o Banco Master foi um dos vários patrocinadores da conferência organizada pelo LIDE em Nova York, que também cuidou da organização do jantar referido na reportagem.

Saul Sabba e Alberto Caló simularam transações com fundos de investimento para inflar balanço da instituição e esconder prejuízos
Denunciados pelo MPF, ex-gestores do Banco Máxima viram réus por crimes financeiros

Saul Sabba e Alberto Caló simularam transações com fundos de investimento para inflar balanço da instituição e esconder prejuízos

Após denúncia do Ministério Público Federal (MPF), dois ex-gestores do Banco Máxima e outras três pessoas tornaram-se réus por crimes financeiros relacionados à instituição entre 2014 e 2016. O então diretor-presidente do banco, Saul Dutra Sabba, e o diretor jurídico à época, Alberto Maurício Caló, responderão por gestão fraudulenta, prestação de informações falsas ao Banco Central e divulgação de dados inverídicos em demonstrativo financeiro. Com os delitos, os envolvidos pretendiam maquiar o balanço do Máxima para ocultar prejuízos e potencializar a captação de recursos no mercado.

As manobras se basearam na triangulação de fundos e empresas com o emprego de recursos do próprio banco para gerar ganhos contábeis artificiais. As transações partiram da transferência de ações da FC Max, empresa controlada pelo Máxima e que atuava no setor de turismo, para o Fundo de Investimento em Participações Ravena, criado pelo banco para essa finalidade. Com a incorporação ao Ravena, em novembro de 2014, a FC Max deixou de constar como um ativo permanente do banco e passou a atuar com capital aberto por meio do fundo.

No mês seguinte, recursos do próprio Máxima foram utilizados para inflar o valor das cotas do Ravena. A operação envolveu a simulação de um empréstimo de R$ 7 milhões do banco e a circulação de parte dessa quantia por outros dois fundos de investimento – Aquilla Renda e Aquilla Veyron – para a compra dos ativos. A valorização artificial das cotas permitiu ao Máxima registrar um ajuste positivo de R$ 10,4 milhões em seu demonstrativo, reduzindo o prejuízo daquele semestre para R$ 5,1 milhões. O saldo estava bem abaixo do verdadeiro rombo que deveria constar do balanço financeiro.

Em março de 2016, o Máxima readquiriu as cotas do Ravena, pagando uma quantia que, logo depois, retornaria aos cofres do banco a título de amortização do empréstimo que havia simulado pouco mais de um ano antes. As investigações demonstraram que toda a triangulação foi articulada pelo administrador Benjamim Botelho de Almeida, outro réu na ação penal. Ele era o gestor dos três fundos envolvidos nas transações e contou com a ajuda de dois auxiliares para viabilizá-las.

A denúncia do MPF detalha também as manipulações contábeis que Sabba e Caló realizaram para dissimular a insuficiência de capital do Máxima em declarações destinadas ao Banco Central, de janeiro de 2015 a março de 2016. A aplicação de metodologias diferentes daquelas estabelecidas pela autoridade monetária e a omissão de informações nos cálculos apresentados permitiram ao banco assumir legalmente novos riscos e evitaram restrições à remuneração de seus diretores e acionistas.

O autor da denúncia é o procurador da República Vicente Solari de Moraes Rêgo Mandetta. A Justiça Federal instaurou a ação penal em 14 de junho, mas o MPF foi comunicado da decisão somente nesta semana. O número processual é 5003557-34.2021.4.03.6181. A tramitação pode ser consultada aqui.

Íntegra da decisão que recebeu a denúncia do MPF e instaurou a ação penal.

Assessoria de Comunicação
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BC autoriza transferência de controle do Banco Máxima para empresário Daniel Vorcaro

BC autorizou ainda a alteração de capital do banco de R$ 80,4 milhões para R$ 180,4 milhões

O Banco Central autorizou a transferência de controle do Banco Máxima e da sua corretora de câmbio para um grupo de empresários liderado por Daniel Bueno Vorcaro. Também fazem parte do quadro de acionistas Armando Miguel Gallo Neto, Felipe Wallace Simonsen e Augusto Ferreira Lima. O BC autorizou ainda a alteração de capital do banco de R$ 80,4 milhões para R$ 180,4 milhões.

Valor havia mostrado em 2017 que o mineiro Vorcaro, que vem do ramo imobiliário, se preparava para assumir o controle do Banco Máxima. Até então, a instituição era controlada por Saul Sabbá. No início deste ano, o banco lançou uma plataforma que permite a qualquer empresa oferecer serviços financeiros e bancários a seus clientes, chamada de BBNK.

Registro de recebíveis

O BC também autorização que a Central de Registro de Direitos Creditórios (CRDC) opere um sistema de registro de ativos financeiros, destinado a realizar o registro de direitos creditórios representados por duplicatas mercantis, no âmbito do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). A empresa é controlada pela Associação Comercial de São Paulo.

Ex-banqueiro brasileiro investe em plataforma que permite uso de criptomoedas para pagamentos no varejo
Ex-banqueiro brasileiro investe em plataforma que permite uso de criptomoedas para pagamentos no varejo

Ex-banqueiro brasileiro Saul Sabbá, que por 34 anos foi proprietário do Banco Máxima, criou uma startup para facilitar os pagamentos no varejo, através da plataforma Start Pay, que aceita criptomoedas.

O ex-banqueiro brasileiro Saul Sabbá, que por 34 anos foi proprietário do Banco Máxima, criou uma startup para facilitar os pagamentos no varejo, através da plataforma de easy-wallet e cashback Start Pay, aceitando inclusive criptomoedas. A notícia foi publicada pela Istoé Dinheiro.

A plataforma digital Start Pay, que permite pagamento de contas no varejo com diversas moedas fiduciárias e digitais, passou a aceitar seu primeiro criptoativo para pagamentos recentemente. A criptomoeda estreante é a Best Koin, criada pelos empresários portugueses Pedro Ferreira e Pedro Ribeiro para facilitar transações no varejo, com foco especial no turismo. Além dela, a plataforma também aceita Bitcoin (BTC), Bitcoin Cash (BCH), Ethereum (ETH), Litecoin (LTC) e Ripple (XRP).

Segundo a matéria, Sabbá criou a startup depois de vender o banco em dezembro de 2017. Neste ano, ele lançou a plataforma Start Pay, apostando na oferta de uma easy wallet e com o conceito de cashback, que facilita transações de pagamento e devolve até 20% do montante ao cliente.

A Start Pay está disponível somente para o mercado brasileiro, apesar de ter planos de expansão para outros países. Sabbá diz que o aplicativo permite a conversão do saldo de criptomoedas para reais, em lotéricas espalhadas em todo o Brasil, com limite de saque de R$ 1.500. Além disso, a startup é parceira da exchange Mercado Bitcoin, que é responsável pela conversão.

A plataforma ainda tem planos de oferecer um sistema de crédito, com as primeiras operações realizadas em peer-to-peer, com empréstimos entre usuários.

Já a criptomoeda Best Koin foi criada para facilitar as transações financeiras no setor de turismo, tentando lidar com a volatilidade no câmbio e tarifas bancárias de transações no exterior. A ICO com 500.000.000 unidades da criptomoeda foi realizada em abril de 2019, e o cofundador Pedro Ribeiro lembra que não necessariamente a oferta tinha objetivo de levantar recursos:

“A ICO não foi realizada para angariar recursos. Com a operação, buscamos chamar atenção do mercado para a chegada de uma nova criptomoeda, em busca de estabelecimentos que aceitem negociar a Best Koin”.

Segundo a matéria, os tokens da Best Koin não são minerados como as demais criptomoedas, mas podem ser adquiridos pela Start Pay. A criptomoeda ainda deve começar a ser listada em exchanges a partir de outubro.