Falso técnico de ar-condicionado é preso por aplicar golpes em clientes; uma das vítimas perdeu quase R$ 10 mil

De acordo com a Polícia Civil, ele tinha 10 passagens pela polícia. Investigações mostraram que ele oferecia eletrodomésticos com preço abaixo do mercado e nunca entregava.

A Polícia Civil prendeu, na última quarta-feira (17), um homem apontado pelas investigações como responsável por um golpe em que ele se apresentava como técnico de ar-condicionado para oferecer produtos eletrodomésticos com preços abaixo do mercado que nunca eram entregues. Uma das vítimas perdeu mais de R$ 10 mil.

De acordo com os policiais, Wagner Armani dos Santos chegou a gravar um vídeo em um depósito para convencer os clientes de que estava trabalhando pela entrega dos produtos que haviam sido pedidos. Ele foi preso em São Gonçalo, na Região Metropolitana.

“Eu estou desde cedo tentando retirar o freezer e os equipamentos que estão comprados e as coisas todas. Caso vocês não queiram, decidam não quererem mais os equipamentos, ela vai fazer a devolução do dinheiro em um prazo de 48 horas”, disse Wagner no vídeo.

Ele foi preso por estelionato e já tinha 10 passagens pela polícia.

Para conquistar a confiança de vítimas potenciais, ele se apresentava como um técnico que possuía um convênio com uma empresa fornecedora.

Um Pix era feito pelas vítimas para a mulher de Wagner. Segundo a polícia, os pedidos nunca eram entregues.

Uma mulher chegou a comprar uma geladeira, um micro-ondas, um cooktop, uma lavadora e dois ares-condicionados.

 

Influenciadoras que deram banana e macaco de pelúcia para crianças viram rés por injúria racial

A juíza Simone de Faria Ferraz, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, aceitou denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) no caso do macaco — há outros 3 processos em andamento.

As influenciadoras Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves viraram rés por injúria racial. Mãe e filha passaram a ser investigadas por vídeos postados nas redes sociais. Nos clipes, elas dão uma banana e um macaco de pelúcia para crianças negras.

A juíza Simone de Faria Ferraz, titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de São Gonçalo, aceitou denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) no caso do macaco — há outros 3 processos em andamento.

Em novembro, a Delegacia de Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi) indiciou a dupla, e o MPRJ ofereceu denúncia à Justiça no último dia 20.

“As denunciadas estariam buscando promoção pessoal e social, através das suas ações filmadas e postadas no aplicativo ‘Tik Tok’, sendo gravíssimo o fato de que a internet consiste num ambiente que não oferece nenhum controle de exposição e transmissão e que atinge ou pode atingir a população do mundo inteiro”, escreveu a magistrada.

“Observa-se que o delito ora investigado não foi praticado mediante violência física. Contudo, a suposta prática criminosa envolve crianças, que foram atacadas em sua dignidade humana, pela cor da sua pele, mediante atitudes supostamente racistas”, expôs Simone.

“Tais atitudes, por si só, já representariam uma ofensa grave aos direitos constitucionais das crianças envolvidas. Entretanto, além de terem sido oferecidos brinquedos e frutas que poderiam ser utilizados com cunho racista, em detrimento das crianças, os atos das denunciadas ainda foram filmados e postados na internet, sem a autorização expressa dos responsáveis pelas crianças, que se encontravam nas ruas em situação de vulnerabilidade”, descreveu.

“Conseguimos finalizar a fase de investigação. Com o recebimento da denúncia, o escritório modelo da SACERJ atuará como assistente de acusação, a fim de colaborar, em juízo, para a condenação criminal das racistas”, disse o advogado Marcos Moraes, que defende as vítimas.

Em nota, a defesa das influenciadores disse que não foram intimadas sobre o recebimento da denúncia apresentada pelo Ministério Público à Justiça, e que a investigação não considerou a versão apresentada nos depoimentos.

A defesa segue afirmando que elas reconhecem a seriedade das acusações, mas que o vídeo sem edições demonstram que elas não tiveram intenção discriminatória.

Relembre a polêmica
O caso veio à tona em maio, após a advogada Fayda Belo, especialista em direito antidiscriminatório, denunciar o fato. A advogada destacou que o vídeo apresenta o chamado “racismo recreativo”, que ocorre quando alguém usa de “discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão.”

Rita Salim, delegada da Decredi e responsável pelo inquérito, afirma que a conduta da dupla foi considerada racismo, já que elas escolheram crianças negras e usaram dos artifícios de banana e macaco para presenteá-las.

“A conduta delas é considerada como racismo, por conta da cor da pele, da raça [das crianças]. Mas, dentro do contexto, elas realizaram uma conduta que chamamos de racismo recreativo. Não é admitido você discriminar, constranger e usar de meios vexatórios para expor uma pessoa por meio de diversão. Isso é crime. Além disso, expor ao racismo é um agravante”, disse Salim.

De acordo com a delegada, mãe e filha negaram que cometeram algum tipo de crime.

“Elas alegam que selecionam crianças para fazer uma brincadeira e que esses menores podem escolher dinheiro ou presente, e a criança ao abrir encontrou um bicho de pelúcia, um macaco. Elas disseram que era por brincadeira e não houve a intenção de ofender. Mas o fato é que existe uma brincadeira reiterada e elas sempre publicaram, nesse contexto, [imagens de] crianças negras, pretas, bananas, macacos de pelúcia. O que se vê é que elas fazem isso só com crianças negras.”

A defesa afirmou que, em sua visão, a conclusão da investigação “não considerou devidamente a versão das acusadas e os elementos apresentados em seus depoimentos”. “Ressaltamos que os vídeos originais, sem edição, demonstram a ausência de dolo discriminatório, um aspecto fundamental que poderia justificar o arquivamento do inquérito. Esta falta de consideração por parte da investigação é uma preocupação significativa para nós e para o princípio da justiça imparcial”, acrescentou.

“Kérollen e Nancy estão firmes em sua crença na inocência e repudiam qualquer ato de racismo. Elas têm plena confiança na justiça e estão comprometidas em colaborar com as autoridades para assegurar um exame justo e completo de todos os aspectos deste caso”, disse outro trecho da nota da defesa.

Os vídeos que circularam nas redes sociais são de Kerollen, que tem um canal no qual publica vídeos junto com a filha, Nancy. As duas vivem no Rio de Janeiro. A dupla tem mais de 1 milhão de seguidores no Instagram, 13 milhões de inscritos no Tiktok e postam vídeos de assistencialismo, testes de maquiagem e pegadinhas.

Em um dos registros, Kérollen conversa com um menino negro em uma calçada e questiona se ele gostaria de ganhar um presente ou R$ 10. Ele opta pelo pacote, mas, ao perceber que se tratava de uma banana, responde “só isso?”, afirma que não gostou e sai andando. Nancy ainda diz: “Você gosta”.

Em outra gravação, Nancy para uma menina na rua e faz uma proposta similar, oferecendo a opção de a criança escolher entre R$ 5, ou uma caixa. A criança opta pelo “presente”, abre a caixa, vê que se trata de um macaco de pelúcia, aparenta ter ficado feliz, abraça o brinquedo e agradece à influencer.

O vídeo onde as duas crianças aparecem foram apagados.

 

Professor de academia é preso por filmar alunas em academia de São Gonçalo

Segundo o delegado, uma das vítimas era menor, o que vai acarretar prisão em flagrante para o professor, que usava uma microcâmera na pochete.

Um professor de ginástica de uma academia de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, foi preso após confessar que filmava e fotografava as alunas sem elas saberem. Segundo as investigações, as imagens eram vendidas em uma rede social. O professor foi preso nesta terça-feira (17).

As alunas da academia se encontraram na delegacia de Alcântara em São Gonçalo também nesta terça. Todas afirmam que foram vítimas do professor de ginástica Leonardo Azevedo da Costa, de 34 anos.

Uma delas recebeu uma mensagem alertando que o professor expunha fotos e vídeos das alunas num um grupo de uma rede social.

“Nunca desconfiamos, era ótimo professor, as aulas de dança dele eram muito boas e às vezes depois da aula ele chamava pra fazer alongamento, coisas normais de academia. Agora que fomos ver que nossas fotos de costas na parte de trás de quando a gente alogava estavam nesses grupos – a gente não tinha como saber que ele estava fotografando”, diz Michele Sarlo.

Várias das mulheres se reconheceram nas imagens. A filha de Marcelo Lima, menor de idade, era uma das alunas do grupo.

“Eu, minha esposa, minha filha malhamos na academia há um ano e ficamos sabendo desse crime bárbaro, contra várias meninas que estão ali praticando atividade física. Nem dentro das academias as mulheres estão livres de acontecer uma situação dessa. Fiquei muito constrangido quando [soube que] a foto da minha filha estava nesse site desse criminoso, sendo comercializada…”, lamentou Marcelo.

O delegado responsável pelas investigações, Luis Maurício Armond Campos, diz que Leonardo cobrava para que as pessoas tivessem acesso ao grupo.

Leonardo foi preso nesta terça em casa e, segundo a polícia confessou o crime. “Ele confessa que fazia isso com uma menor, o que é pornografia infantil, o que vai acarretar prisão em flagrante. Ele usava uma microcâmera na pochete”, explicou o delegado.

 

Mulher é presa pela morte da filha; padrasto da criança também foi pego e confessou o crime

A polícia começou apurar o caso quando a direção do hospital para onde a criança foi levada já morta comunicou o óbito suspeito.

A Polícia Civil do RJ prendeu neste domingo (17) uma mulher pela morte da própria filha, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Segundo a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, Karolayne Cristina de Souza dos Santos foi presa pelo homicídio de Anna Rebekka de Souza Braz, em 18 de agosto, dentro de casa.

A polícia começou apurar o caso quando a direção do hospital para onde a criança foi levada já morta comunicou o óbito suspeito. No dia seguinte, o padrasto de Anna Rebekka, Kassio Silva Alves de Freitas, confessou agressões na criança e foi preso.

A delegacia descobriu que Karolayne também batia na menor, que era internada com frequência no mesmo hospital.

Ainda de acordo com a polícia, a mãe não só tinha conhecimento das agressões do padrasto contra a sua filha como também foi omissa em socorrê-la no dia 18 de agosto, culminando na morte da criança.

 

Após ouvir policiais acusados pela morte de menino João Pedro, juíza tem 90 dias para decidir se caso vai a júri popular

Os advogados de defesa dos agentes afirmam que uma troca de tiros com criminosos na rua seguiu na casa onde o menor estava. Eles querem afastar a hipótese de homicídio doloso, quando há a intenção de matar. Família diz que os agentes invadiram a casa e chegaram atirando.

A juíza Juliana Grillo El-jaick, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, terá 90 dias para decidir se os policiais acusados pela morte do menino João Pedro, de 14 anos, durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, irão a júri popular.

O jovem morreu no dia 18 de maio de 2020, em uma operação da Polícia Civil e da Polícia Federal para combater o tráfico de drogas na região. De acordo com a família do adolescente, os agentes invadiram a casa e chegaram atirando.

Segundo as investigações, o tiro de fuzil que matou o adolescente o atingiu nas costas e partiu da arma de um policial. E a casa do tio dele, onde ele brincava com outras crianças, ficou com mais de 70 marcas de tiros.

Policial nega versão da família
Na última quarta-feira (13), o policial civil Fabio Vieira Rodrigues, que estava em uma aeronave durante a operação, voltou a prestar depoimento sobre o caso. Ele também foi ouvido pouco depois do caso, ainda em 2020.

Fábio Vieira negou a versão da família de João. Ele afirmou que avistou mais de um criminoso circulando perto da casa que era o alvo da operação, a cerca de 80 metros da casa do João Pedro.

De acordo com o relato, um dos homens estava com uma arma de cano longo. O policial disse ainda que não chegou a ver, mas ouviu tiros partidos desse grupo de criminosos contra os policiais que tentavam acessar a rua, o que desencadeou o confronto.

Ainda segundo o policial, foi possível ver um dos criminosos entrando na casa onde estava o João Pedro e que, por um rádio comunicador, ouviu que esse mesmo homem circulava dentro da casa tentando se esconder.

Questionado sobre o socorro ao jovem, o policial afirmou que, tão logo perceberam que ele estava ferido, a equipe realizou o socorro. Os agentes no solo levaram o jovem para a aeronave, que a essa altura já estava pousada em uma área próxima.

Fábio contou que o helicóptero foi de São Gonçalo até a base aérea da Lagoa, na Zona Sul do Rio, onde uma equipe do Corpo de Bombeiros prestou os primeiros socorros antes do encaminhamento ao Hospital Souza Aguiar.

Durante o depoimento, o policial também negou o uso de granadas na operação. Segundo ele, é uma regra da polícia do Rio não transportar granadas em aeronaves.

Família reclama de demora no julgamento
Mais de três anos depois da morte de João Pedro, a família do jovem segue aguardando pelo desfecho do julgamento. Para Rafaella Mattos, mãe do jovem, a espera é “angustiante”.

“A nossa expectativa é que essa fase encerre e que os réus vão a Júri Popular. É uma espera bem angustiante esse tempo que ta levando, essa morosidade da Justiça. O sentimento é de impunidade porque a gente fica tentando sobreviver a todo esse processo. São 3 anos de espera”, comentou Rafaella.

Defesa tenta afastar tese de crime doloso
O principal argumento da defesa dos policiais acusados é de que os agentes só entraram na casa onde estava o jovem porque estavam perseguindo um criminoso, e que houve sim um confronto.

A defesa dos policiais civis Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister tenta afastar a hipótese de crime doloso, quando não há a intenção de matar.

Os três policiais já são acusados de homicídio culposo, quando não existe o objetivo de cometer um assassinato.

A defesa também quer que a juíza negue a tese e de que os policiais alteraram a cena do crime.

Em junho deste ano, o Governo do Estado do Rio de Janeiro foi condenado a pagar uma indenização aos pais de João Pedro. O poder estadual deve pagar dois terços de um salário-mínimo para o pai e a mãe até a idade que ele completaria 25 anos e depois um terço até a data que o filho completaria 65 anos.

 

PM mata a mulher e se entrega à polícia em São Gonçalo, RJ

Ricardo Azevedo da Silva matou Giselle Corrêa Capella e se entregou na 74ª DP (Alcântara). Posteriormente, foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios de Niterói.

Um policial militar do 7º BPM (São Gonçalo) matou a mulher e se entregou à polícia em seguida em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, neste domingo (10).

Ricardo Azevedo da Silva matou Giselle Corrêa Capella e se entregou na 74ª DP (Alcântara). Posteriormente, foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios de Niterói.

Ricardo ganhou fama em 2017, quando participou do resgate de duas crianças levadas em uma van escolar por criminosos em fuga em Niterói. Ele chegou a receber homenagens na câmara municipal de São Gonçalo e Niterói pelo fato.

Policial Civil aposentado é preso por atirar em vizinho em São Gonçalo; testemunhas dizem que caso é homofobia

Charles Peçanha, de 55 anos, está internado no Hospital Alberto Torres após levar dois tiros na calçada de casa, no bairro Trindade.

Um policial civil aposentado foi preso depois de balear um homem em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com testemunhas, o motivo do crime foi homofobia.

Charles Peçanha, de 55 anos, está internado no Hospital Alberto Torres após levar dois tiros na calçada de casa, no bairro Trindade.

“Ele é um rapaz maravilhoso, a vítima, nós não temos nada a falar dele, e ele estava no portão me chamando, eu o atendi. Estava conversando comigo, me desejando um bom dia. Esse senhor, o agressor, saiu de lá dizendo que não tolerava esse tipo de gente na rua, e o chamou várias vezes de viado, viadinho, isso e aquilo. Aí, ele falou: ‘se você der mais um passo, eu atiro’. Não chegou o rapaz a dar mais um passo. Ele puxou a arma e disparou para cima do rapaz”, afirmou a vizinha Marlene Aguiar.

O atirador é um vizinho que mora duas casas ao lado. Augusto Muniz da Mota, de 73 anos, é policial civil aposentado. Os moradores afirmam que ele tem um histórico de brigas na vizinhança e anda armado para intimidar as pessoas.

“Implica com criança, se as pessoas são espiritas, ele fala da região. Não aceita pessoas negras, de outra religião, ele critica todo mundo. Xingou minha tia, ameaçou uma criança de 8 anos”, disse a vizinha Carla Cristina.

Outro morador já teve problemas com ele.

“Ele jogou a arma na minha cara, eu fiquei quieto, botei a mão aqui assim, me xingou de tudo que é palavrão. Fui humilhado”, disse Gilberto Nunes.

Charles levou um tiro na mão e outro de raspão no pescoço. Ele foi operado e está fora de perigo. O quadro de saúde é estável, segundo os médicos.

O crime é investigado pela 73ª DP (Neves). Augusto foi preso em flagrante por tentativa de homicídio e porte ilegal de arma.

Depois da prisão, em um primeiro depoimento, Augusto afirmou para os policiais que Charles é usuário de drogas, que usava entorpecentes na rua, e que foi agredido por ele após chamar a atenção para o comportamento. Testemunhas negam e procuraram a delegacia para prestar depoimento.

Associações LGBTQIA+ de São Gonçalo se uniram para denunciar e acompanhar as investigações.

“Como foi homofobia com esse menino, podia ser outra coisa com qualquer pessoa, qualquer pessoa que ele pegasse, na primeira, ele ia fazer uma tragédia, isso já estava anunciado”, disse Célia Regina Pereira, vizinha de Charles.

A TV Globo não conseguiu contato com a defesa do policial civil aposentado até a última atualização desta reportagem.

 

Preso bando que fraudava passaportes

RIO DE JANEIRO ” Uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre a emissão irregular de passaportes para estrangeiros em Niterói (15 km do Rio) resultou na prisão de 31 pessoas ontem.

Entre os beneficiados pelo esquema estão dois libaneses procurados pela Polícia Internacional (Interpol) sob a acusação de terrorismo e dois traficantes internacionais (um colombiano e um egípcio), presos no Brasil desde 2006. Os nomes dos supostos terroristas não foram divulgados.

A PF informa que não foi apurado até agora nenhum vínculo do esquema de fraudes na emissão de passaportes com o terrorismo internacional. O inquérito corre em segredo de Justiça.

A maioria dos beneficiados nunca esteve no Brasil. A quadrilha seria liderada pelo libanês Souheil Chahdan Mounzer, radicado há 25 anos na cidade de São Gonçalo (a 20 km do Rio).

A venda de passaportes brasileiros para estrangeiros ocorria na delegacia da PF em Niterói há pelo menos 14 anos, disse o presidente do inquérito, delegado Carlos Pereira. Dois policiais federais foram presos sob a acusação de envolvimento com a quadrilha.

O agente Marco Antônio Lopes Gomes aposentou-se no fim do ano passado. Mounzer cobrava até o ano passado US$ 10 mil por passaporte. Quando a investigação começou, há cinco meses, o valor passou para R$ 15 mil.

Para conseguir o passaporte brasileiro, a quadrilha obtinha certidões falsas de nascimento em dois cartórios, no Rio e em Niterói. Cabia aos policiais envolvidos aprovar a documentação e emitir o passaporte. Até agora, 70 estrangeiros foram identificados como compradores de passaportes brasileiros.

Batizada de operação Byblos (livro, em grego), a ação da PF resultará na abertura de processos pelos crimes de falsidade ideológica, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e uso de documentos falsos.

 

Operação “Ilusionista” do MPMG e Gaeco prende ex-delegado regional de Varginha que é também vice-presidente da Câmara em São Gonçalo do Sapucaí

Wellington Clair de Castro, ex-delegado regional de Polícia Civil de Varginha, delegado licenciado de São Gonçalo do Sapucaí e vereador – vice-presidente da Câmara Municipal de São Gonçalo do Sapucaí – foi preso na manhã desta terça-feira, 27, em operação da Promotoria de Justiça da Comarca de Elói Mendes, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleos Varginha e Pouso Alegre. A Operação “Ilusionista” cumpriu ainda dois mandados de busca e apreensão contra o alvo em São Gonçalo do Sapucaí.

Wellington Clair ocupou o cargo de delegado regional de Varginha entre 2018 e 2019. Eleito vereador em 2016 pelo PRTB com expressiva votação, chegou a ocupar a presidência da Câmara Municipal de São Gonçalo do Sapucaí no biênio 2017/2018. A operação é resultado das investigações realizadas entre 2019 e 2020 sobre crimes no Departamento de Trânsito (Detran), o Ministério Público ofereceu a denúncia pela prática dos delitos de organização criminosa – na condição de um dos chefes – 99 crimes de corrupção passiva e usurpação de função pública.. Também foi determinado o sequestro de R$ 18 milhões para pagamento de multa e dano moral coletivo, além de R$ 247,5 mil para devolução de valores com origem em crimes de corrupção.

Segundo a Polícia Civil, Clair estava lotado em São Gonçalo do Sapucaí e afastado do cargo para concorrer à reeleição para vereador na cidade. A delegacia de São Gonçalo do Sapucaí integra o 17º Departamento de Polícia Civil de Pouso Alegre para onde o delegado Wellington Clair de Castro foi transferido em 26 de março deste ano.

Investigações

A prisão desta terça-feira é continuação das investigações de crimes como corrupção e falsidade ideológica no Departamento de Trânsito, dentro da Operação Êxodo 23, que teve duas fases. Na primeira, 16 pessoas foram presas, entre funcionários do Detran e despachantes em Varginha e Elói Mendes.

A delação que originou uma das investigações em São Gonçalo do Sapucaí contra o delegado e vereador Wellington Clair partiu do empresário Rafael Gois ao procurador da República de Pouso Alegre, Lucas Gualtieri, responsável pela Operação Ex-Fumo numa ação conjunta da Receita Federal, MPF e PF que prenderam, além de Rafael Gois, outros quatro elementos da organização criminosa e 20 mandados de busca e apreensão nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, em julho de 2017.

As investigações apontaram que veículos de leilão eram reaproveitados e os dados deles eram adulterados para que o dono pudesse ter vantagem. Na segunda etapa, já em março de 2020, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Varginha e Elói Mendes (MG). Também foram expedidos e cumpridos cinco mandados de prisão. No entanto, eram referentes a pessoas que já estavam presas desde a primeira fase.