Pai de maquinista da CPTM relata à polícia que filho ligou após matar colega de trabalho e disse que ‘havia feito besteira’

Polícia Civil pediu prisão temporária do maquinista Ricardo de Oliveira Dias; imagem mostra homem fugindo com arma na mão. A vítima, Marco Antônio da Silva, de 51 anos, chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos.

O pai do maquinista Ricardo de Oliveira Dias, de 45 anos e que está sendo procurado pela polícia por matar o colega de trabalho Marco Antonio da Silva, de 51, em uma área interna da Estação da Luz, afirmou à polícia que o filho ligou para ele após o crime e admitiu que “havia feito besteira”.

Marco Antonio foi velado e enterrado na manhã desta terça-feira (27) no Cemitério Municipal Bela Vista, em Osasco, Grande São Paulo. Ele era supervisor de tração e trabalhava na CPTM desde 2012.

Além de Marco, Ricardo também disparou contra outro funcionário, de 53 anos, que ficou com ferimentos no pé. A motivação está sendo investigada, mas testemunhas relataram ao g1 que o crime foi por motivo banal e que os envolvidos não tinham desentendimentos anteriores.

No depoimento, o pai relatou que Ricardo saiu para trabalhar normalmente no último domingo (25), por volta das 11h, com sua moto Yamaha YBR. Porém, por volta das 17h, telefonou pedindo para que o pai pegasse dinheiro e colocasse o dinheiro na conta de seu irmão.

Depois, o maquinista contou ao pai na ligação que “havia feito uma besteira”, dizendo que alguns colegas de trabalho estariam o humilhando e que teriam o ameaçado de morte, e por isso “não teria aguentado e metido bala”, desligando o telefone em seguida.

Conforme o pai, ele só soube que o filho havia atirado contra dois colegas do trabalho depois que policiais militares e guardas ferroviários foram até sua casa, e alegou que não tem conhecimento do paradeiro do filho.

Ainda segundo o depoimento, o pai de Ricardo também afirmou à polícia que seu filho recentemente ficou afastado alguns dias da CPTM por problemas psicológicos, tendo retornado na última semana. Porém, teria pedido para ser afastado novamente para se submeter a tratamento psicológico.

A Polícia Civil apreendeu milhares de munições de diferentes calibres na casa do maquinista nesta segunda-feira (26). Elas foram achadas no quarto de Ricardo.

O pai disse à polícia que não tinha conhecimento de que o filho tinha arma de fogo e que ele nunca comentou sobre gostar de atirar ou frequentar clubes de tiro, pois “era fechado”.

Ainda de acordo com a polícia, além de cumprir mandado de busca e apreensão na casa dele, em São Paulo, também foram cumpridos mandados na casa de parentes em Pouso Alegre, Minas Gerais na segunda.

A delegada responsável pelo caso, Maria Cecilia Castro Dias, informou à TV Globo que o maquinista é ex-PM, mas não tem porte para arma de fogo e munição. Por isso, ele deve responder também, além de homicídio, pelo crime de porte ilegal de arma de fogo.

 

Funcionário da CPTM assassinado por colega de trabalho é velado em Osasco

Marco Antonio da Silva, de 51 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Polícia Civil pediu prisão temporária de homem que atirou nos colegas; imagem mostra maquinista fugindo com arma na mão.

O corpo do funcionário da CPTM Marco Antonio da Silva, de 51 anos e que morreu baleado por um colega de trabalho, está sendo velado na manhã desta terça-feira (27) no Cemitério Municipal Bela Vista, em Osasco, Grande São Paulo. O enterro está previsto para ser 11h.

Marco era supervisor de tração e trabalhava na CPTM desde 2012. Ele foi baleado na região do tórax pelo maquinista Ricardo de Oliveira Dias, de 45 anos, em uma área internada da Estação da Luz, na tarde de domingo (25).

Além de Marco, Ricardo também disparou contra outro funcionário, de 53 anos, que ficou com ferimentos no pé.

O supervisor chegou a ser socorrido e encaminhado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital.

A Polícia Civil pediu a prisão temporária de Ricardo à Justiça e buscas estão sendo feitas. Ele trabalhava na empresa há mais de 10 anos e é ex-policial militar.

Vídeos enviados ao g1 mostram momentos após Ricardo atirar contra dois colegas de trabalho. Nas imagens, é possível ver Marco caído e recebendo socorro de outros funcionários antes de ser encaminhado à Santa Casa.

Também é possível ver o segundo funcionário baleado caído em uma esquina e cercado de outros colegas de trabalho

Uma imagem enviada ao g1 e que circula nas redes sociais também mostra o maquinista fugindo da estação com a arma de fogo na mão.

‘Quero ver você tirar sarro’
Testemunhas relataram que o maquinista da CPTM que matou o colega de trabalho disse, antes de atirar em Marco: “Eu quero ver você tirar sarro”. A informação consta no boletim de ocorrência e também foi relatada ao g1.

“Os maquinistas estavam em uma sala, quando Ricardo chegou com a arma escondida em uma mochila. Então, ele foi perto do Marco e falou ‘eu quero ver você tirar sarro’ e aí atirou. Os que estavam no local e viram a cena me disseram que foi uma correria e gritaria. Alguns se esconderam no banheiro e em salas. Foi um desespero”, afirmou um funcionário da CPTM que preferiu não se identificar.

De acordo com o boletim de ocorrência, um maquinista relatou à polícia que viu quando Ricardo entrou com uma mochila na frente do corpo na sala dos funcionários, e em certo momento, ele pegou a arma e efetuou o disparo.

Ainda conforme a testemunha, Marco chegou a sair correndo no sentido da plataforma 4. Depois, Ricardo disparou contra o outro funcionário que estava correndo em direção ao estacionamento.

‘Tragédia podia ser maior’
Um funcionário da CPTM relatou ao g1 ter sido informado que o maquinista Ricardo atirou contra o colega de trabalho Marco Antonio da Silva por um motivo banal e que os envolvidos não tinham desentendimentos anteriores.

“Eles não tiveram nenhum desentendimento. Anteriormente não teve nada. Inclusive a motivação foi banal. Os colegas disseram que eles estavam assistindo à TV na hora. Era um jogo que estava passando. O supervisor [Marco] fez um comentário e acabou caçoando. O Marco Antônio teria visto um lance e tirou uma com a cara do Ricardo. Nisso, Ricardo se levantou e pegou a arma, uma pistola calibre 380”, afirmou o funcionário, que prefere ter a identidade preservada.

“Tinham perto mais dois outros maquinistas, que, quando ele [Ricardo] sacou a arma, correram. A tragédia só não foi maior porque a arma ‘engasgou’. Era para mais gente ter morrido. Depois de acertar o chefe, ele atirou a esmo. Inclusive, já perto da Rua José Paulino, ele atirou na direção de um segurança da CPTM, mas não acertou”, enfatizou o funcionário.

Ainda conforme o colaborador, Ricardo sempre foi uma pessoa reservada e não comentava sobre ter arma.

“Eu fiquei surpreso quando soube. Ele nunca falou nada de arma e sempre foi uma pessoa bem reservada, quieta. Falava bastante sobre motos. Não tinha nenhum tipo de comportamento agressivo. Fala com tom de voz baixo. Agora a empresa vai ter que trabalhar o psicológico de todos para um fato desse não acontecer. Na eleição da Cipa foi falado muito sobre segurança psicológica”, diz.

Já uma mulher que trabalha na empresa, mas preferiu ter a identidade preservada, disse que Ricardo sempre andava armado.

“Eu estava trabalhando no dia, mas em outra estação. Foi um susto. O atirador é ex-policial militar e sempre estava armado. Já havia intimidado outro colega no passado. Estão sendo dias difíceis e muitos já apresentavam sinais de depressão, agora deve ficar pior. Por enquanto a empresa não se prontificou a apoiar psicologicamente os colegas da tração”, afirmou uma funcionária, que preferiu ter a identidade preservada.
O que diz a CPTM
Em nota, a CPTM informou que acionou a Polícia Militar, que vai colaborar com a autoridade policial e que está prestando assistência para familiares do supervisor morto e do maquinista ferido. Nas redes sociais, a empresa se manifestou sobre o caso:

“Lamentamos profundamente a trágica perda de um dos nossos colegas de equipe em um ato de violência chocante ocorrido ontem. Estamos de luto pela vida que foi tragicamente interrompida e nos solidarizamos com a família, amigos e colegas que estão sofrendo com essa terrível perda. É momento de nos unirmos enquanto enfrentamos essa perda devastadora como uma comunidade. Descanse em paz, nosso querido colega. Você será lembrado com carinho e saudade”.

O que diz o sindicato
O presidente do sindicato dos ferroviários, Eluiz Alves de Matos, afirmou que Ricardo não tinha histórico de violência.

“Temos informações dos companheiros de trabalho, que era uma pessoa tranquila no ambiente de trabalho. Aconteceu uma tragédia, um fato atípico no nosso meio. Defendo que a CPTM ofereça auxílio psicológico para todos que presenciaram.”

Vídeos mostram momento após funcionário da CPTM atirar contra colegas de trabalho; homem aparece fugindo com arma na mão

Crime foi registrado na Estação da Luz neste domingo (25), em São Paulo; Marco Antonio da Silva, de 51 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Polícia Civil pediu prisão temporária de homem que atirou nos colegas.

Vídeos feitos com celular mostram momentos após o maquinista da CPTM Ricardo de Oliveira Dias, de 45 anos, atirar contra dois colegas de trabalho em uma área interna da Estação da Luz, na tarde de domingo (25).

Uma das vítimas, Marco Antonio da Silva, de 51 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu no hospital. O outro funcionário, de 53 anos, sofreu ferimentos no pé e está bem.

Nas imagens, é possível ver Marco Antonio caído e recebendo socorro de outros funcionários antes de ser encaminhado à Santa Casa com ferimento na região do tórax. Também é possível ver o segundo funcionário baleado caído em uma esquina e cercado de outros colegas de trabalho. 

Uma imagem enviada à reportagem e que circula nas redes sociais também mostra o maquinista fugindo da estação com a arma de fogo na mão. A Polícia Civil informou nesta segunda-feira (26) que pediu a prisão temporária dele à Justiça e que buscas estão sendo feitas.

Marco Antonio era supervisor de tração e trabalhava na CPTM desde 2012. Já Ricardo estava na empresa desde 2010 e pediu exoneração da Polícia Militar em 2006.

Testemunhas relataram que o maquinista da CPTM que matou o colega de trabalho entrou na sala dos funcionários com a arma de fogo escondida em uma mochila e disse “eu quero ver você tirar sarro” antes de atirar em Marco Antonio. A informação consta no boletim de ocorrência e também foi relatada à reportagem do g1.

“Os maquinistas estavam em uma sala, quando Ricardo chegou com a arma escondida em uma mochila. Então, ele foi perto do Marco e falou ‘eu quero ver você tirar sarro’ e aí atirou. Os que estavam no local e viram a cena me disseram que foi uma correria e gritaria só. Alguns se esconderam no banheiro e em salas. Foi um desespero”, afirmou um funcionário da CPTM ao g1, que preferiu não se identificar.

De acordo com o boletim de ocorrência, um maquinista relatou à polícia que viu quando Ricardo entrou com uma mochila na frente do corpo na sala dos funcionários, quando tirou a arma e efetuou o disparo.

Ainda conforme a testemunha, Marco chegou a sair correndo sentido plataforma 4. Depois, Ricardo disparou contra o outro funcionário enquanto ele estava correndo em direção ao estacionamento.

“Eu estava trabalhando no dia, mas em outra estação. Foi um susto. O atirador é ex-policial militar e sempre estava armado, e já havia intimidados outro colega no passado. Estão sendo dias difíceis e muitos já apresentavam sinais de depressão, agora deve ficar pior. Por enquanto a empresa não se prontificou a apoiar psicologicamente os colegas da tração”, afirmou uma funcionária, que preferiu não ter a identidade preservada.

Em nota, a CPTM informou que acionou a Polícia Militar, que vai colaborar com a autoridade policial e que está prestando assistência para familiares do supervisor morto e maquinista ferido. Nas redes sociais, a empresa se manifestou sobre o caso:

“Lamentamos profundamente a trágica perda de um dos nossos colegas de equipe em um ato de violência chocante ocorrido ontem. Estamos de luto pela vida que foi tragicamente interrompida e nos solidarizamos com a família, amigos e colegas que estão sofrendo com essa terrível perda. É momento de nos unirmos enquanto enfrentamos essa perda devastadora como uma comunidade. Descanse em paz, nosso querido colega. Você será lembrado com carinho e saudade”.

O presidente do sindicato dos ferroviários, Eluiz Alves de Matos, afirmou que Ricardo não tinha histórico de violência.

“Temos informações dos companheiros de trabalho que era uma pessoa tranquila no ambiente de trabalho. Aconteceu uma tragédia, um fato atípico no nosso meio. Defendo que a CPTM ofereça auxílio psicológico para todos que presenciaram”.