Jovem é preso por forjar o próprio sequestro; ele queria cobrir prejuízo com ‘bets’ com o resgate

Dayverd trabalha como vendedor de automóveis na loja do sogro, em Ramos, e tinha acesso à conta da empresa. Ele desviou dinheiro para jogar em sites e em aplicativos de apostas esportivas e perdeu R$ 40 mil.

A Polícia Civil do RJ prendeu na madrugada desta quarta-feira (17) um homem por forjar o próprio sequestro. Segundo a Delegacia Antissequestro (DAS), Dayverd da Silva, de 25 anos, confessou aos agentes que tentou enganar os parentes para conseguir R$ 40 mil a fim de quitar dívidas em apostas esportivas.

Dayverd trabalha como vendedor de automóveis na loja do sogro, em Ramos, e tinha acesso à conta da empresa — de onde, segundo as investigações, desviou dinheiro para jogar em sites e em aplicativos de “bets”.

Ainda de acordo com a polícia, o jovem decidiu fingir ter sido sequestrado para, com o dinheiro do resgate, cobrir o prejuízo. Na delegacia, Deyverd contou que chegou a pagar R$ 100 a um homem em situação de rua para que ele batesse nele com uma vara de goiabeira. A chave Pix desse homem foi informada para o resgate.

Em seguida, Deyverd foi para um local ermo entre o Complexo do Alemão e o Morro do Sapo e de lá enviou fotos para os parentes mostrando os machucados e uma simulação de que estaria amordaçado.

Inicialmente, ele pediu um resgate de R$ 100 mil para a prima da esposa. Diante da demora em realizar o pagamento, ele mandou uma outra mensagem, agora exigindo R$ 40 mil. Deyverd relatou aos policiais que, mesmo com a redução, nada foi depositado, e então avisou aos parentes que conseguiu “uma liberação do chefe dos sequestradores”.

Deyverd foi até a loja do sogro e levado para a DAS a fim de prestar depoimento. Na delegacia, o rapaz resolveu contar a verdade para a família e assumiu que forjou o sequestro. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de estelionato, sem direito a fiança.

 

Homem apontado como operador financeiro de Tandera é preso no Rio

André Felipe Mendes é primo do miliciano. Ele foi preso em Ramos, na Zona Norte.

A Polícia Civil prendeu, no final da tarde desta terça-feira (24), o homem apontado como operador financeiro da milícia de Danilo Dias Lima, o Tandera, ex-braço direito de Ecko, que foi morto em 2021.

André Felipe Mendes é primo do miliciano e foi preso em Ramos, na Zona Norte. Ele vinha sendo investigado pela polícia e pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio.

Tandera é investigado desde 2016 por crimes como organização criminosa, homicídios, sequestros, tortura, extorsões e lavagem de dinheiro. O miliciano é um dos criminosos mais procurados pelas delegacias especializadas e distritais.

Ele só foi preso duas vezes – em ambas por posse ou porte de arma de fogo. Na primeira vez, Tandera foi absolvido porque um comparsa assumiu que a arma era dele; na segunda, o miliciano fugiu e nunca mais foi pego.

Tandera tem pelo menos 10 anos de vida no crime. A primeira vez que seu nome aparece como criminoso é em 2012, quando integrava a milícia denominada “Liga da Justiça” – que já foi a maior da Zona Oeste do Rio.

Na época, ele era conhecido como Danilo dos Jesuítas, apelido que fazia referência a uma comunidade de Santa Cruz, na Zona Oeste – área dominada por milicianos.

Em agosto de 2022, a morte de Delson Lima Neto, o Delsinho, durante uma operação da Polícia Civil em Nova Iguaçu, foi um duro golpe para a milícia de Tandera.

Desde então, não há sinais do paradeiro do miliciano, que não está mais no controle da organização criminosa em bairros de Nova Iguaçu.

Segundo o MPRJ, a milícia foi assumida por Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o “Juninho Varão”, que até então era um dos homens fortes de Danilo.