Operação Escobar: PF indicia Andrea Neves, irmã de Aécio

Corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça

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A Polícia Federal concluiu o inquérito da Operação Escobar nesta quarta-feira (10) e indiciou a irmã do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves, dois escrivães da corporação, dois advogados e um empresário por crimes como corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça. 

Ainda caberá ao Ministério Público definir se abre ou não denúncia contra os indiciados. Caso eles sejam denunciados, a Justiça deverá decidir se aceita ou não a denúncia e os torna réus. Só depois disso que eles poderão ser julgados. As provas contra os servidores da PF foram encaminhadas à Corregedoria Regional da corporação em Minas.

Segundo o inquérito da PF, relatado pelo delegado Rodrigo Morais Fernandes, o empresário Pedro Lourenço recebia informações sigilosas de investigações da corporação a partir de conversas com o advogado Ildeu da Cunha Pereira, que morreu em fevereiro deste ano.

Andrea recebia documentos da corporação obtidos pelo advogado Carlos Alberto Arges, também segundo a investigação. Os vazamentos ocorriam através dos escrivães Márcio Antônio Marra e Paulo Bessa.

De posse dessas informações sigilosas, Andrea e Lourenço se beneficiavam, impedindo ou embaraçando investigações relacionadas a organizações criminosas em que estavam envolvidos ou nas quais tinham interesse direto, segundo o inquérito da PF.

 

Polícia prende acusado de liderar bando do roubo de cargas

Fauze Youssef Skaff, apontado como chefe de uma quadrilha que faturou R$ 30 milhões com os assaltos, foi detido em Rio Preto

Fauze Youssef no momento em que foi detido, em loja de Rio Preto, cidade onde vivia como foragido (Divulgação PM)

Fauze Youssef no momento em que foi detido, em loja de Rio Preto, cidade onde vivia como foragido (Divulgação PM)

Uma operação conjunta da Polícia Militar de Minas Gerais e policiais do Caep (Companhia de Ações Especiais da Polícia Militar) prendeu, em Rio Preto, o empresário Fauze Youssef Skaff, 37 anos, apontado como líder de uma quadrilha especializada em roubo de cargas baseada no Triângulo Mineiro e com atuação em ao menos cinco Estados. Ele estava foragido da Justiça desde 2016. O prejuízo causado pelo bando chega a R$ 30 milhões.

Na tarde de quarta-feira, graças a informações dos serviços de inteligência da PM mineira, foi descoberto que Yousseff vivia escondido há meses em uma casa em Rio Preto. O empresário foi surpreendido pelos policiais do Caep quando fazia compra em uma loja na avenida Clovis Oger, próximo ao aeroporto. O sargento do Caep Milan Vavra afirma que o suspeito estava desacompanhado e desarmado.

“Ele não resistiu, mas não quis falar muito. Deu uma versão de que residia em São Paulo e estava só de passagem por Rio Preto, mas não acreditamos”, comenta o sargento.

Os policiais desconfiaram da versão de Yousseff porque o empresário teria aberto, há dois meses, uma loja de calçados no Calçadão, o que seria indício que ele vivia há mais tempo na cidade. Além disso, há suspeita de que o empresário tenha parentes aqui, porque ele nasceu em Rio Preto, mas depois a família foi para Uberlândia.

O Ministério Público de Minas Gerais acusa Yousseff dos crimes de sequestro, falsidade ideológica, cárcere privado e roubo de cargas e maquinários pesados. A quadrilha teria faturado R$ 30 milhões com as ações. Carregamentos de carne, café, remédios e eletrônicos eram os alvos dos criminosos.

O pai de Yousseff, o também empresário José Jorge Skaff, 53 anos, conhecido como Jorjão Corintiano, está preso desde 2016, acusado de receptação de mercadoria roubada. Há suspeita de ligação da quadrilha com o PCC (Primeiro Comando da Capital). Para legalizar o lucro da venda dos produtos no mercado paralelo, a quadrilha teria montado empresas de fachada.

Durante as investigações da PF, foi descoberto que o empresário teria usado parte do dinheiro do crime numa extravagância: a compra de uma Lamborghini, por R$ 1,3 milhão, apreendida em São Paulo em novembro de 2015.

De Rio Preto, Yousseff foi transferido para o presídio Jacy de Assis, em Uberlândia, onde aguardará a data de seu julgamento.