Justiça condena seis pessoas por fraudes no seguro-desemprego em Anápolis

Grupo criminoso foi desmantelado em abril de 2017, na chamada Operação Stellio Natus

O Ministério Público Federal (MPF) em Anápolis obteve a condenação de seis pessoas que integravam uma organização criminosa especializada em fraudes no seguro-desemprego, consistentes em saques ilegais de benefícios de trabalhadores.

O grupo criminoso foi desmantelado em abril de 2017, na chamada Operação Stellio Natus, deflagrada pelo MPF e pela Polícia Federal (PF). A sentença é da 1ª Vara Federal de Anápolis (JF) e foi proferida no último dia 27 de agosto.

A organização criminosa operava por meio da alteração do endereço dos verdadeiros beneficiários do seguro-desemprego, a fim de desviar os cartões (Cartão Cidadão) utilizados para os saques, que, posteriormente, eram feitos em diversas casas lotéricas por integrantes da quadrilha. Estima-se que tenham sido desviados mais de R$ 3 milhões em benefícios.

Os condenados são Iury Ramos Dias, Washington Flávio Borges, Rodrigo de Sousa Almeida, Kelson dos Santos Rodrigues, Jardânia Santos e Weslei Dias da Silva. Todos foram condenados nas penas do art. 2º da lei nº 12.850/2013, por integrarem, pessoalmente, a organização criminosa.

Ainda estão em apuração junto à Caixa Econômica Federal o montante total dos prejuízos causados e o número de fraudes praticadas, de modo a permitir também a denúncia por estelionato contra entidade pública, crime previsto no art. 171, § 3º, do Código Penal, cuja pena pode chegar a até 6 anos e oito meses por cada fraude.

Condenações

De acordo com a sentença, Iury Dias, considerado o idealizador e gestor da organização criminosa, recebeu a maior condenação. Ele foi condenado a 5 anos e 10 meses de reclusão em regime fechado e ao pagamento de 163 dias-multa. Além disso, teve a sua prisão preventiva mantida.

Os demais integrantes do grupo foram condenados, cada um, a 3 anos e 8 meses de reclusão em regime aberto e ao pagamento de 54 dias-multa. No entanto, em relação a eles, as penas foram substituídas por penas restritivas de direitos, quais sejam, prestação de serviços à comunidade e prestação pecuniária de 10 salários-mínimos, a serem destinados a entidades assistenciais.

Na sentença, também foi decretada o perdimento, em favor da União, de vários veículos automotores e de bens móveis, por terem sido adquiridos ilicitamente pelos condenados enquanto integrantes da organização criminosa, ou seja, os bens decorrentes direta ou indiretamente do crime de quadrilha. (Do MPF)

 

Joelza foi presa durante a operação Stellio Natus que apura fraudes no Cartão Cidadão

A Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso abriu Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra a policial Joelza Rosa. Ela é acusada de participar de uma organização criminosa que desviou dinheiro público por meio do Cartão Cidadão. A informação foi publicada no Diário Oficial do Estado que circulou nesta segunda-feira (23).

O PAD, de número 014/2017/CGPJC/MT, tem o prazo de conclusão de 60 dias, podendo prorrogar por igual prazo.

Conforme o extrato da portaria publicada no Diário Oficial, Joelza será investigada por suposta quebra de deveres do policial civil, tipificado no artigo 116 do Estatuto da Polícia Judiciária Civil.

O processo pode resultar na expulsão da servidora do quadro de funcionários da Polícia Civil, devido aos fatos graves já apurados.

Joelza foi presa durante a operação Stellio Natus – deflagrada em abril deste ano pela Polícia Federal (PF). As investigações apontam que a policial é a esposa do principal líder do esquema que usava dados de pessoas que tinham direito aos benefícios do Cartão Cidadão, entre eles o Seguro Desemprego e o saque do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço].

Joelza foi presa em São Félix do Araguaia (a 1.162 km de Cuiabá). Na época da operação foram cumpridos 16 mandados, sendo oito de prisão preventiva, dois de condução coercitiva e seis de busca e apreensão.

A operação teve como base o Estado de Goiás, mas também houve prisões e mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, Minas Gerais e Pará.