Deputado Antônio Pedro quer punição para culpados na Operação Midas

Durante a sessão realizada nesta terça-feira (5), o deputado Antônio Pedro (DEM) falou sobre a Operação Midas, deflagrada pela Policia Civil na última sexta-feira (1º). O parlamentar disse acreditar que o prefeito Marcus Alexandre sabia dos trâmites ocorridos na Emurb para a liberação de notas.

A Operação Midas foi iniciada em setembro de 2016, e no início deste mês resultou na prisão de 18 pessoas ligadas à Empresa Municipal de Urbanização de Rio Branco (Emurb), dentre elas o ex-diretor da Instituição. Os investigados são acusados de desvio de verbas públicas para benefício próprio.

“Acredito que o Ministério Público, o Tribunal de Contas do Estado e a Polícia Civil jamais iriam fazer uma denúncia se não tivessem segurança do que estão falando. Os bens acumulados por esse ex-diretor são absurdos. Em plena crise financeira que estamos atravessando, essa pessoa acumulou um patrimônio de R$ 38 milhões”, alertou.

O parlamentar finalizou seu discurso afirmando não acreditar que o prefeito Marcus Alexandre não sabia do que vinha ocorrendo. Ele disse ter esperança que os culpados sejam punidos e citou a Operação G7 como exemplo de investigação que acabou em pizza.

Polícia Civil e Gaeco fazem operação contra ex-prefeito de Governador Celso Ramos

Nesta segunda-feira (6/2), a Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou a operação “Midas dos Ganchos”, nas cidades de Governador Celso Ramos, Balneário Camboriú, Florianópolis, São Pedro de Alcântara e São José. A investigação se dá sobre suposto esquema de corrupção na cidade envolvendo o ex-prefeito Juliano Duarte Campos (PSB).

Policiais da Delegacia de Combate à Corrupção da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic), e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) estão em sua casa, no bairro Praia Comprida, em São José, para busca de documentação.

O inquérito policial tem por objetivo investigar um grupo criminoso suspeito de atuar em Governador Celso Ramos e que, entre os anos de 2013 a 2020, teria estruturado um esquema para acelerar projetos e aprovar leis com a finalidade de favorecer empresários do ramo da construção civil.

A investigação apontou dois núcleos principais do grupo, sendo um político, formado por integrantes do executivo municipal, e um empresarial, formado por grandes construtores da cidade. Segundo a Polícia Civil, o núcleo político enriqueceu ilicitamente conforme o grupo empresarial foi sendo beneficiado ao longo dos anos com o desenvolvimento imobiliário na cidade.

A análise preliminar da suposta corrupção na gestão de Campos, que resultou na deflagração da operação, aponta que o esquema criminoso também envolve mais empresas que ainda prestam diferentes serviços ao município litorâneo da Grande Florianópolis. São apurados os crimes de organização criminosa, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e fraude em licitação.

Os 65 integrantes da Polícia Civil e Ministério Público cumprem 13 mandados de busca e apreensão, sem prisões. Ao total foram apreendidos mais de R$ 1,3 milhão em espécie.

A reportagem conversou com o ex-prefeito para um contraponto. Campos afirma que o dinheiro não foi apreendido em sua residência e desconhece a origem dos valores, além de argumentar que a expansão da construção civil na cidade sob sua gestão foi de forma legal.