Operação João de Barro: Defesa de Gasparini solicita que investigações sejam transferidas para a justiça federal

A defesa do ex-presidente da Cohab, Edison Bastos Gasparini Jr., requereu no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP) um pedido de habeas corpus para que a Justiça Federal passe a ser responsável pelas investigações do réu.

Os advogados argumentam que não é atribuição da Justiça Estadual prosseguir com a apuração do caso, além de protocolarem a concessão de liminar para cessar as investigações até que o julgamento do habeas corpus ocorra. O objetivo, de acordo com eles, é colocar fim no “inequívoco constrangimento ilegal” a que Gasparini Jr. estaria sendo submetido.

Ainda segundo a defesa, o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que é vinculado ao Ministério Público Estadual, não tem “atribuição legal” para realizar a investigação de um caso de interesse da União. Isso porque as apurações são de desvios de valores provenientes de empréstimos da Caixa Econômica Federal em contratos celebrados pela Cohab.

O Gaeco, por sua vez, afirmou que o prejuízo em investigação diz respeito a valores desviados das contas da Cohab, o que não afetaria a Caixa Econômica Federal. Desta forma, o Ministério Público teria, sim, capacidade de continuar a investigar.

 

Presos da Operação João de Barro já estão na Nelson Hungria

Os doze presos na Operação João de Barro da Polícia Federal durante esta sexta-feira já deixaram a superintendência do órgão em Belo Horizonte e foram levados para a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana. Eles deixaram a PF no início da noite e foram levados de ônibus para a carceragem onde devem permanecer nos próximos dias.

Os presos são acusados de envolvimento com desvio de recursos de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Oito suspeitos foram presos principalmente em BH e na região metropolitana. Outros quatro suspeitos, que chegaram à tarde, teriam sido presos em Brasília (DF).

Os oito suspeitos que foram presos em Minas são: os empresários Francisco Carlos Correa de Moura, Jose de Mello Kallas, Jose Assis Costa e Carlos Alberto da Rocha Machado; os lobistas Carlos Alberto Bruzaferro Ferreira e João Carlos de Carvalho; Missiany Catarine Madureira e Elisa Evangelista Carvalho, acusada de ser laranja do grupo. Com exceção de José Assis Costa, que é de Caratinga, e de Carlos Alberto Rocha Machado, de Lagoa Santa, todos os outros acusados são de Belo Horizonte.

Ao todo, a Justiça expediu mandados de prisão para 38 acusados, além de outros 231 mandados de busca e apreensão, que estão sendo executados desde a manhã desta sexta-feira em sete estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás, Tocantins – e no Distrito Federal.

A acusação é de que a quadrilha desviava verbas que seriam usadas para construção de casas populares e estações de tratamento de esgoto. Segundo a PF, as obras eram feitas com material de baixa qualidade ou sequer chegavam a ser executadas.