PF e PRF prendem PM acusado de envolvimento em esquema de gatonet de Ronnie Lessa e Suel

Sandro Franco, lotado na UPP Formiga, foi preso em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Ele foi preso na Ponte Rio-Niterói.

A Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal prenderam nesta terça-feira (29) Sandro Franco, PM acusado de envolvimento no esquema de gatonet de Ronnie Lessa e Maxwell Corrêa, o Suel, em Rocha Miranda, na Zona Norte do Rio.

Lessa e Suel foram presos por envolvimento na morte de Marielle Franco, em 2018.

Ele foi detido Ponte Rio-Niterói e será levado para a Polícia Federal. Sandro era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro da Formiga, na Tijuca, também na Zona Norte.

O PM fugiu ao ver as equipes no dia da operação no dia 4 de agosto. Ele teria prometido se entregar poucos dias depois, mas não cumpriu a promessa. Ele era o último foragido da ação policial.

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Rio, Sandro ficou responsável pelo esquema de internet ilegal após a descoberta de envolvimento de Suel e Lessa na morte de Marielle Franco.

Inicialmente, ele foi o responsável técnico pela central da gatonet. Depois, ele “arrendou” o esquema e passou a explorar o serviço através da empresa TECSAT. Ele pagava valores a Suel e Lessa.

A empresa cobrava R$ 70 pela instalação e mensalidade da internet, segundo investigações da Polícia Federal.

Mônica Benício registra queixa após ameaça de ‘estupro corretivo’ em e-mail: ‘Requintes de crueldade’

Titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância informou que o caso será investigado como lesbofobia, que está dentro do crime de racismo.

A vereadora Mônica Benício (Psol), viúva de Marielle Franco, registrou na manhã desta terça-feira (22) um boletim de ocorrência na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), no Centro do Rio, após sofrer uma ameaça de “estupro corretivo” em uma mensagem enviada por e-mail no dia 14 de agosto.

“É muito violento e simbólico que isso aconteça no mês de agosto, mês da visibilidade lésbica. Eu recebi uma ameaça por e-mail, dizendo que ser lésbica era uma aberrarão é que existia uma correção para isso e a correção era descrita no e-mail com requintes de crueldade, o que seria, na verdade, uma prática de estupro corretivo. Isso para nós, mulheres lésbicas, é uma realidade infelizmente muito comum”, disse Mônica.

O conteúdo foi enviado por uma pessoa que se identificou como sendo “doutor Astolfo Bozzônio Rodrigues”. Na mensagem, o homem afirma ser doutor em psicológica social por Harvad e detalha como a parlamentar deveria sofrer as agressões.

“O estupro corretivo é de um imaginário de uma sociedade machista e patriarcal que acha que o corpo da mulher só serve se estiver a serviço e à disposição de um homem. E o que foge dessa conduta é errado. Isso é inadmissível e gravíssimo. E crime e por isso vim na delegacia para tomar as medidas judiciais contra isso”, disse a vereadora.

Na mensagem, o suspeito afirma que o estupro corretivo “é uma terapia de eficácia comprovada que cura o homossexualismo feminino porque ser sapatão é uma aberração.”

Ele cita também que pesquisas mostram que o “lesbianismo é uma doença” e que, segundo ele, pode ser curada com a terapia alternativa.

O homem ainda sugere ir na casa da parlamentar para fazer aquilo que ele classificou como “uma demonstração sem compromisso.”

Ao g1, a delegada Rita Salim, titular da Decradi, afirmou que o caso será investigado como lesbofobia, que está dentro do crime de racismo, além de ameaça e crime eleitoral, já que o suspeito constrangeu e humilhou a parlamentar por e-mail instrucional da Câmara dos Vereadores com o objetivo de dificultar o desempenho de seu mandado.