Mãe de agressor diz ter apanhado de vizinha que levou chute no rosto: ‘Meu filho me viu sangrando e foi tirar satisfação’

Episódio aconteceu num condomínio de Guarulhos, no dia da final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo, em 24 de setembro. A mãe do agressor disse que o filho agiu em defesa dela e tem recebido ameaças de morte por telefone, em virtude do chute no rosto da vizinha.

Mãe do homem acusado de chutar o rosto de uma vizinha de condomínio em Guarulhos, na Grande São Paulo, Solange Lapa disse que o episódio foi motivado por uma agressão que ela mesma sofreu da vítima do chute, Liana Parente Grave.

Solange relatou ao g1 que o início da briga, em 24 de setembro, foi uma tentativa dela de impedir que Liana fizesse “acusações falsas” ao filmar o filho, Michel Lapa.

“Ela estava filmando e passou por mim dizendo: ‘Pessoal, cuidado com esse cara aqui. Não deixem as crianças com ele’. Ela falou uma coisa muito forte, fazendo acusações falsas contra o meu filho. Falei comigo: ‘Vou perguntar por que ela está fazendo isso’. Quando cheguei perto, ela estava tão enfurecida que bateu com o celular na minha cara”, disse Solange.

“O celular pegou na minha boca, logo começou a sangrar. Foi uma coisa muito violenta, logo veio uma pessoa para apartar. Foram várias batidas com o celular no meu rosto”, contou.

Na versão de Solange, uma grande confusão se formou depois da primeira agressão, que teria motivado o filho a chutar o rosto da vizinha.

“Eu sou cardíaca e tenho 60 anos. Primeiro ele [Michel] veio para apartar a briga. Na hora que ele me viu sangrando, ficou desesperado. Acho que ficou fora de si… Qualquer filho que vê a mãe sangrando, vai tirar satisfação com a agressora. E ela continuava xingando e fazendo insinuações contra meu filho, que jamais agrediria uma criança”, justificou Solange.

A mãe de Michel nega que ele tenha batido em alguma parte íntima do filho de Liana Parente.

“O Michel tem um filho autista de 7 anos. Ele ama crianças. Foi uma brincadeira de cócegas na quadra que tomou uma proporção que não devia, se a Liana não estivesse alcoolizada. Até nos ameaçar, dizendo que o marido tinha uma arma, ela fez”, afirmou.

“Só quero que isso pare na vida do meu filho. Uma pessoa do bem. Um pai de família que nunca teve problema com nada e, de repente, está passando por tudo isso. Sabe quando a pessoa está quase em depressão?”

Investigação policial
A exemplo de Liana Parente, Solange Lapa também registrou um boletim de ocorrência de agressão contra a vizinha no 1º DP de Guarulhos, onde o caso é investigado por meio de um inquérito policial.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que testemunhas foram ouvidas no inquérito do caso e que Michel Lapa também “já foi intimado para comparecer na unidade policial para prestar esclarecimentos”.

“Os laudos do Instituto Médico Legal (IML) foram incluídos nos autos e outras diligências seguem em andamento para a conclusão do caso”, declarou a pasta.

O g1 procurou Michel e a esposa, que foram orientados pelo advogado de defesa a não darem entrevistas.

O que diz Liana, a vizinha

Ao g1, Liana Parente admite que agrediu Solange para se defender e defender o filho de 8 anos.

“A pessoa que tem 60 anos não faz o que ela fez. Quase quebrou uma porta de vidro. Ela tenta tomar o celular, eu tiro e pega na cara dela. Eu tento me defender, e o filho dela parte para cima de mim. A história não pode mudar agora, porque eu sou a vítima. Eu que sou a agredida. Eu que quase morro. Eu que parei no hospital, depois de desmaiar com um chute no rosto”, disse.

“Eu apenas me defendi, como qualquer mãe teria feito. Ela defendeu o filho dela, eu defendi o meu. Se tivessem me pedido desculpa, falado comigo numa boa, tenho certeza que isso não terminaria como terminou. Mas não teve nenhum tipo de desculpas. Enquanto eu estava no hospital, ela voltou a beber na churrasqueira com a família, como mostram as imagens do condomínio”, declarou.
Liana também nega que tenha ameaçado a família de Solange e falado qualquer coisa sobre arma.

“Nunca eu ameacei ninguém. Tudo mentira. Nunca meu noivo teve arma. Quem ameaçou meu filho foi ela, que partiu pra cima dele e de mim”.

Solução judicial
Solange Lapa lamentou a proporção grande que o episódio tomou e diz que deseja um fim do caso, com diálogo e mediação da Justiça.

“Eu só quero que isso pare. Que a gente responda na Justiça o que tem que responder, ela também pela agressão a mim. A gente não tem mais tranquilidade. Meu neto autista também está atordoado. O Michel recebeu ameaças de morte por telefone.”

Segundo ela, o filho tem pensado em se mudar. “É uma discussão que tinha que ter parado ali. Só quero que tudo isso tenha um fim, para o bem de todo mundo. O Michel já fala em vender o apartamento e se mudar de lá. Os vizinhos estão todos incomodados com a confusão. Isso tudo precisa parar”, afirmou.

A briga entre Liana Parente e os vizinhos aconteceu no dia da final da Copa do Brasil entre São Paulo e Flamengo em 24 de setembro. Imagens obtidas pelo g1 mostram o momento em que Michel Lapa dá socos na vizinha (veja vídeo acima).

A comerciante diz que teve uma luxação no maxilar por conta da agressão. A Justiça paulista emitiu uma medida protetiva que proíbe que Lapa se aproxime da vizinha e do filho dela, que presenciou as agressões.

Segundo Liana, o desentendimento começou quando Lapa – vestido com uma camisa do São Paulo – fez uma brincadeira com o filho flamenguista da vítima na quadra do condomínio, supostamente apertando as partes íntimas do garoto de 8 anos, segundo a versão da mãe.

Ao tirar satisfações com o vizinho sobre o ocorrido e filmar o rosto dele para mandar à síndica do prédio, Liana diz que começou a ser agredida com socos, sem chance de se defender.

Nas imagens, é possível ver que, depois que Liana já está zonza, ela tenta se escorar em uma mesa de pingue-pongue, que cai. Em seguida, o agressor – que está sendo acalmado por outros moradores do prédio – volta e dá um chute na cabeça da mulher.

Liana desmaiou e ficou alguns minutos desacordada, segundo as testemunhas. Na delegacia, ela mostrou os hematomas causados pelo chute de Michel.

“Não foi uma simples agressão. Foi uma tentativa de homicídio motivada por uma brincadeira sobre futebol que ele fez com o meu filho, pegando nas partes íntimas dele sem consentimento. (…) Ele estava muito alcoolizado”, disse a comerciante.
O advogado de Michel, Leonardo Borges, não respondeu aos questionamentos feitos sobre o caso e limitou-se a dizer que seu cliente “não autoriza a publicação de sua imagem em nenhuma matéria jornalística”.

Filho traumatizado
As agressões foram presenciadas pelo filho da vítima, que, segundo Liana, ficou com trauma da cena e não quis voltar ao prédio desde o episódio.

“Meu filho está traumatizado e em pânico de voltar ao prédio. Depois do episódio a gente foi para a casa de uma amiga às pressas. Eu disse para ele que a gente precisava voltar para pegar roupas e documentos, e ele começou a ter crises de ansiedade”, contou Liana.

Atualmente, mãe e filho estão vivendo num apartamento improvisado cedido por amigos, até que encontrem outro local para morar.

“Eu, agredida, tive que sair de casa com medo. E o agressor continua lá. Tive minha vida completamente transformada, enquanto ele está solto, sem responder por nada”, desabafou.
Mesmo com a medida protetiva, Liana diz que a família dela está traumatizada com o caso e, por isso, resolveu sair do prédio.

“Essa medida protetiva, eu não sinto que me protege. Eu estou traumatizada, meu filho, meu noivo. Por isso eu decidi sair. (…) Aquilo foi uma tentativa de feminicídio, como vemos todos os dias na televisão. A única coisa que quero é justiça. Que ele pague pelo que fez. E que nunca mais na vida nenhuma mulher ou criança sofra o que eu sofri [na mão dele]”, disse.

 

Polícia procura idoso suspeito de matar a facada estudante de 17 anos; crime ocorreu em Guarulhos

Segundo testemunhas, os dois teriam discutido após o homem de 60 anos assediar a namorada do adolescente. Crime ocorreu na última quinta-feira (7). Polícia procura suspeito, que fugiu após o crime.

Um adolescente de 17 anos morreu após ser esfaqueado por um idoso. O crime ocorreu na última quinta-feira (7), em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Imagens de uma câmera de segurança de estabelecimentos da região gravaram partes do crime.

Um dos registros, mostra o momento em que Pedro e a namorada, de 18 anos, saem de casa e descem a Avenida Marechal Rondon, no bairro Ponte Grande, para ir ao mercado.

Antônio Tavares da Silva, de 60 anos, suspeito de assassinar o jovem, havia acabado de estacionar o carro na mesma rua.

Segundo testemunhas, o idoso teria assediado a namorada de Pedro Albieri quando o casal passava pela via. Pedro decide voltar para tirar satisfação com o homem. Eles começaram a discutir.

Pelas imagens é possível ver que Pedro pega uma pedra e atira contra Antônio. Na sequência, o homem parte pra cima do adolescente e o acerta no peito com uma faca.

Após atingir o jovem, Antônio Tavares da Silva corre em direção ao carro.

As imagens não mostram o momento do assassinato, mas registraram quando idoso entra veículo enquanto a namorada de Pedro sobe a rua correndo, desesperada, para pedir ajuda.

Família pede ajuda
Em entrevista à TV Globo, a mãe de Pedro, Angela Fialho Albieri, contou que o estudante era um menino “muito alegre, muito protetor com os irmãos, a namorada”.

A família registrou o boletim de ocorrência e pede ajuda para que o suspeito seja encontrado e preso.

“Conto com a ajuda de todas as pessoas que possam denunciar esse monstro que fez isso”.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que o setor de homicídio e de proteção à pessoa de Guarulhos investiga o caso. Ainda de acordo com a pasta, a polícia ouviu testemunhas e realiza buscas para tentar encontrar o suspeito.

 

Pastor é preso suspeito de estuprar adolescentes da igreja evangélica Lagoinha Global em Guarulhos, na Grande SP

Polícia ouviu vítimas de 13 a 16 anos e o prendeu em casa na quarta-feira (7). Igreja disse que acusado foi excluído da instituição.

O pastor Joilson da Silva de Freitas Santos, de 39 anos, foi preso nesta quarta-feira (7) suspeito de estuprar adolescentes frequentadores da Igreja Batista Lagoinha de Guarulhos, na Grande São Paulo.

Segundo a Polícia Civil, ele era responsável por cuidar da célula de crianças e adolescentes da instituição, sendo comum receber parte desses menores na casa onde morava com a esposa e o filho recém-nascido.

Em 1º de junho, um adolescente de 16 anos saiu do apartamento do suspeito e foi até a portaria pedir ajuda, contando que havia sido estuprado. A Polícia Militar foi acionada e todos foram encaminhados para a delegacia, onde um boletim de ocorrência foi registrado.

Na sequência das investigações, a Polícia Civil teve contato com outras duas vítimas, uma de 16 anos e outra de 13 anos, que relataram a prática do estupro com detalhes. Com todo o material em mãos, o delegado responsável pediu a prisão de Joilson.

De acordo as autoridades, o pastor levava os adolescentes para a casa dele e, no local, tinham conversas sobre sexo. Quando as vítimas começaram a consumir pornografia, ele as ameaçava dizendo que, se não houvesse troca de “favores sexuais”, ele contaria aos pais e responsáveis que estavam assistindo a vídeos pornôs.

Na casa de Joilson foram apreendidos um colchão, supostamente utilizado para as práticas criminosas, passaporte, celular, computador e tablet, que serão analisados. A polícia pretende ouvir mais testemunhas.

O investigado não tinha passagem pela polícia e trabalhava exclusivamente com a igreja. Em depoimento, a esposa do pastor contou que chegou a ouvir algumas vezes os atos sexuais, mas que nunca disse nada, pois não tem ninguém e depende financeiramente do marido.

Em nome do pastor André Valadão, a igreja Lagoinha Global enviou nota à TV Globo expressando surpresa e indignação pelo caso.

“Nos colocamos à disposição dos órgãos responsáveis para todo e qualquer auxílio nas investigações. Tanto o acusado como sua esposa já foram excluídos da instituição”, diz o comunicado.

A Igreja Batista da Lagoinha Guarulhos também se manifestou por meio de nota, enviada por seu advogado à reportagem. Nela, a instituição diz que Joilson “não era pastor da Igreja e nunca foi ordenado ou consagrado ao ministério pastoral. Não exercia função oficial, não era líder responsável pelas crianças e/ou adolescentes, e não detinha autorização para ‘discipular’ ou atender pessoas em sua residência”.

Contudo, publicações nas redes sociais de Joilson comprovam o vínculo entre ele e a igreja. Em agosto de 2022, por exemplo, ele comemorou o trabalho que realizava na superintendência dos chamados GC’s ou Grupos de Crescimento, que são reuniões de fiéis realizadas em casa, sob direcionamento de um lídeo, com objetivo de evangelizar novos discípulos.

Em seu site oficial, a Igreja Batista Lagoinha diz que os GC’s são o coração da instituição. “É nos lares que a Igreja acontece, de casa em casa, um tempo de comunhão, relacionamento, crescimento espiritual e fortalecimento do propósito de Deus para cada vida.”

Ainda no comunicado enviado pelo advogado, a igreja informa que segundo informações preliminares, os fatos ocorreram, exclusivamente, na residência de Joilson, que não tinha seu aluguel pago pela instituição.

O caso está sendo investigado pelo 5º Distrito Policial de Guarulhos.