PC cumpre mandado de busca e apreensão em apartamento onde médica encontrada morta em hotel morava com o marido

Durante a tarde desta quarta, um outro mandado de busca será cumprido no consultório da médica, em Teófilo Otoni.

O apartamento onde o casal Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, e Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39, moravam no bairro Marajoara em Teófilo Otoni, foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira (6).

A Polícia Civil chegou ao imóvel por volta das 7h e permaneceu no local até às 11h45. Vários materiais foram apreendidos, como computadores, seringas e remédios.

Nessa terça-feira (5), a Polícia Civil do Espírito Santo fez nova perícia em hotel do ES onde médica foi encontrada morta.

“A Polícia Delegacia de Mulheres e de Homicídios de Teófilo Otoni, requisitados pela justiça do Espírito Santo; foi expedido um mandado de buscas, a equipe veio, dois peritos oficiais e nós recolhemos um vasto material que agora será periciado e devolvido para a polícia de Colatina”, explicou a delegada Herta Coimbra.

A PC informou que durante a tarde desta quarta, um outro mandado de busca será cumprido no consultório da médica, também em Teófilo Otoni.

‘Ela me pediu ajuda para separar dele uma semana antes’, diz pai de médica encontrada morta em hotel

Justiça de Colatina negou a liberdade provisória do marido de Juliana, principal suspeito do homicídio, no quarto 362 de um hotel de Colatina-ES.

Samir El-Aouar, pai de Juliana Ruas El-Aouar, de 39 anos, médica psiquiatra e nutróloga que foi encontrada morta em um quarto de hotel, em Colatina (ES), no sábado (2), afirmou que a filha havia pedido ajuda para se divorciar de Fúvio Luziano Serafim, de 44 anos, uma semana antes de sua morte. Serafim, que é ex-prefeito da cidade de Catuji (MG), é o principal suspeito de matar a esposa.

“Ela já não aguentava mais. Veio aqui em casa e conversou comigo. Pediu ajuda para separar dele uma semana antes e arrumar um advogado. Ele [marido] planejou a morte da minha filha. Aproveitou a consulta dela em outro estado para fazer isso com ela. Só que não esperava que a polícia fosse ágil”, contou o pai.

“Minha filha era uma menina de ouro e não merecia o que aconteceu. Uma pessoa doce, ajudava o próximo, sempre elogiada. Se pudesse escolher uma filha, escolheria ela de novo”, disse o pai de Juliana em entrevista ao g1.

‘Lacuna muito grande’
O pai de Juliana afirma que a filha já tinha sido agredida pelo marido. “Ele a espancava, batia nela, mas Juliana tinha medo de contar, explicar. Ela já foi parar no hospital por causa das agressões. É muito difícil saber que minha filha não vai voltar mais. Eu quero entender por que ele fez isso com ela”, disse.

“Ele [marido] já vinha batendo nela algumas vezes, dizendo que ela tinha caído dentro de casa, todo dia um olho roxo, uma cicatriz. Tudo isso já vinha acontecendo e ela querendo sair do casamento, e ele ameaçando para ela não sair, ele não aceitava a separação”, afirmou Samir.
“A Juliana vai fazer muita falta na nossa vida, na vida dos amigos, dos pacientes dela. É uma lacuna muito grande. Vai ser uma vida antes e outra depois sem ela. É um sentimento que nenhum pai deve passar. Me sinto impotente, se tivesse perto dela, isso nunca teria acontecido. Ela tinha uma tatuagem nas costas em minha homenagem, descrevendo o amor que tínhamos um pelo outro”, relatou.

Advogado auxiliar de acusação
Por nota, o advogado da família de Juliana informou que a Justiça de Colatina negou a liberdade provisória ao ex-prefeito de Catuji, principal suspeito do homicídio, no quarto 362 de um hotel de Colatina.

Ainda explicou que, em sua decisão, o juiz João Carlos Lopes Monteiro Lobato Fraga, decretou a prisão preventiva de Fúvio Luziano Serafim, marido e principal suspeito da morte de Juliana e do motorista e suspeito de co-autoria, Robson Gonçalves dos Santos.

O advogado criminalista Síderson do Espírito Santo Vitorino, contratado pela família da médica, disse ao g1 que está em contato com a delegacia de homicídios de Colatina e que está ajudando no fornecimento de todas as informações quanto à vida do casal.

Investigações
Ao g1, o delegado titular da delegacia de Homicídios de Colatina Deverly Pereira Júnior, disse que está iniciando as diligências para complementar tudo que foi feito.

“Vamos coletar as imagens do hotel, começar a analisar, receber os laudos cadavéricos, do local, faremos exames de luminol para ver outras marcas de sangue em outras partes do quarto, entrevistar outras pessoas”, disse o delegado.

O pai de Juliana disse ainda que espera que a justiça seja feita e que o marido da filha permaneça preso.

“Eu espero que daqui pra frente, seja feita justiça principalmente, mantê-lo preso até o final dos fatos”, finalizou.