Dez anos da Operação ‘Pasárgada’: processo contra ex-prefeito de Juiz de Fora Alberto Bejani ainda segue nos tribunais

Ação desencadeada em 2008 apura envolvimento de 14 prefeitos em esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios. Atualmente o condenado cumpre pena em regime semiaberto por outro crime.

Dez anos após ser preso na Operação “Pasárgada”, o processo contra o ex-prefeito de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani, ainda não foi concluído e segue nos tribunais. Atualmente, ele está preso e cumpre pena de oito anos em regime semiaberto por outro crime, que não tem ligação com a operação da Polícia Federal.

A Operação Pasárgada prendeu 14 prefeitos no dia 9 de abril de 2008, entre eles o ex-prefeito de Juiz de Fora, que ainda era o chefe do Executivo Municipal na ocasião. O objetivo da operação era por fim a um esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Segundo informações da Polícia Federal, à época Bejani estava em seu segundo mandato a frente da Prefeitura de Juiz de Fora e era acusado de desviar R$ 200 milhões do FPM. Durante cumprimentos de mandados de busca e apreensão, foi encontrado R$ 1,2 milhão na casa dele, além de armas de fogo. Na ocasião, ele foi preso por 14 dias por não ter porte de arma.

Bejani foi preso por suspeitas de irregularidades durante segundo mandato a frente da Prefeitura de Juiz de Fora — Foto: Rafael Antunes/G1

Bejani foi preso por suspeitas de irregularidades durante segundo mandato a frente da Prefeitura de Juiz de Fora

Os advogados do ex-prefeito afirmaram que o dinheiro encontrado era proveniente da venda de uma fazenda na cidade de Ewbank da Câmara. O valor apreendido foi depositado em juízo e, em 2017, o montante teve o bloqueio determinado pela Justiça.

Pela Operação Pasárgada, Bejani responde a um processo por improbidade administrativa e, ainda, por ter contratado sem licitação um grupo para executar serviços administrativos na Prefeitura. O contrato foi R$ 6,445 milhões. O processo ainda corre em primeira instância na Justiça Criminal de Minas Gerais.

No dia 16 de junho de 2008, Bejani renunciou ao cargo de prefeito. Dias antes, em 12 de junho, ele havia sido preso novamente pela operação, sob acusação de ter ameaçado testemunhas. Em seu lugar, assumiu a Prefeitura de Juiz de Fora o vice-prefeito José Eduardo Araújo.

No dia da segunda prisão, a Polícia Federal teve acesso a um vídeo no qual Bejani recebia dinheiro do empresário Francisco Caparinho, o “Bolão”, que era dona de uma empresa de ônibus urbano da cidade. O advogado do ex-prefeito afirma que ele não chegou a ser denunciado neste caso.

Carlos Alberto Bejani, ex-prefeito de Juiz de Fora — Foto: Reprodução/TV Integração

Carlos Alberto Bejani, ex-prefeito de Juiz de Fora

Polícia Federal volta a prender prefeito de Juiz de Fora

Brasília – A Polícia Federal cumpriu 14 mandados de prisão em Belo Horizonte e Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, e também em Cabo Frio, na Região dos Lagos fluminense. As prisões fazem parte da Operação De Volta para Pasárgada deflagrada hoje (12).

Entre os presos está o prefeito de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani, além de três pessoas ligadas a empresas de transporte coletivo e a secretária de administração de Juiz de Fora.

A atuação é um rescaldo da Operação Pasárgada que, em abril, já havia prendido o prefeito. Bejani agora é acusado de aumentar o preço das passagens de ônibus em Juiz de Fora, mediante pagamento de propina. Em abril, Bejani foi preso por porte ilegal de armas.

De acordo com a PF, a operação de hoje (12) resultou da análise de material da Operação Pasárgada que tinha por objetivo reprimir um esquema de liberação irregular de verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). A fraude teria causado um prejuízo de R$ 200 milhões aos cofres públicos.

A PF apreendeu ontem (12) R$ 230 mil e oito veículos. As cinco pessoas detidas em Juiz de Fora, incluindo o prefeito, foram levadas para Belo Horizonte.

 

PF prende prefeito por desvio de verbas durante operação em Pernambuco

Suposta quadrilha desviou R$ 2,5 milhões entre 2005 e 2007 do Ministério da Saúde.
Além do prefeito de Toritama, outras cinco pessoas foram presas.

A Polícia Federal de Pernambuco prendeu nesta terça-feira (17) o prefeito de Toritama, José Marcelo Marques de Andrade e Silva (PPS), e outras cinco pessoas ligadas à prefeitura durante a Operação Gestão Plena, deflagrada para desarticular uma suposta quadrilha que teria desviado R$ 2,5 milhões do Ministério da Saúde.

Toritama fica a 170 quilômetros do Recife, capital pernambucana. Segundo a PF, a suposta quadrilha fraudava recursos repassados para a Secretaria Municipal de Saúde pelo governo federal para atender ao Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade.

A PF informou que 70 policiais cumpriram os seis mandados de prisão temporária (válida por cinco dias) para o prefeito, um secretário, um tesoureiro, um advogado e dois ex-funcionários da Secretaria Estadual de Saúde e diversos mandados de busca e apreensão.

As investigações tiveram início há aproximadamente um ano. Há suspeita de irregularidades em outros seis municípios de Pernambuco: Lagoa de Itaenga, Lagoa do Carro, João Alfredo, São José do Egito, Tamandaré e Teresinha. Nestes locais, ninguém foi preso.

Os envolvidos podem responder por formação de quadrilha, inserção de dados falsos em sistema de informação e peculato (desvio de verbas por funcionários públicos). O prefeito deve responder ainda por apropriação indevida de bens. As penas podem chegar a 30 anos de prisão.

Segundo o secretário de governo de Toritama, Djerson Soares Bezerra, a Prefeitura ainda não se posicionará sobre as prisões porque está apurando os fatos. “Estou na Prefeitura, estou indo para Caruaru (onde o prefeito está detido). Vou até lá para conversar, saber o que aconteceu”.

Em MG, prefeito renuncia
Em Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani (PTB) renunciou ao mandato de prefeito na segunda-feira (16). Preso na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, ele enviou uma carta à Câmara de Vereadores afirmando que deixava o cargo para poder se dedicar exclusivamente à sua defesa.

Foi a segunda prisão de Bejani pela PF. Em abril, ele foi detido em uma operação sobre fraudes no Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Foi solto 14 dias depois. Na ocasião, a polícia encontrou R$ 1,12 milhão na casa dele e vídeos em que aparece recebendo dinheiro de um empresário do setor de transportes. No último dia 12, ele foi preso novamente. Quatro dias depois, renunciou.