MP quer que motorista de BMW preso em acidente com morte de criança responda por homicídio doloso

Órgão entende que o motorista Luiz Paulo Franco Del Corso assumiu o risco de causar morte. Ele foi preso em flagrante com sinais de embriaguez após colidir a BMW que dirigia com um carro com cinco pessoas em Bragança Paulista (SP). Uma criança de quatro anos morreu.

O Ministério Público de São Paulo quer que o motorista da BMW envolvido no acidente que causou a morte de uma criança de quatro anos e deixou outros quatro feridos, em Bragança Paulista (SP), responda por um homicídio e quatro tentativas de homicídio, todas dolosas, quando se assume o risco de matar.

Inicialmente, o caso havia sido registrado como homicídio culposo e lesão corporal culposa, ambas na direção de veículo automotor, e embriaguez ao volante, crimes previstos no Código Brasileiro de Trânsito.

Apesar disso, a Polícia Civil e o Ministério Público entendem que Luiz Paulo Franco Del Corso assumiu o risco de matar.

“Isto porque, o investigado estava visível e completamente embriagado quando dos fatos, assim indicando que assumiu o risco ao conduzir o veículo, o que é corroborado pelo fato de que esta não foi a primeira vez que ele o fez alcoolizado, em notório incremento do risco”, afirma o promotor Rogério José Filócomo Júnior em manifestação à Justiça.

Luiz Paulo Franco Del Corso foi preso em flagrante no último domingo (23) com sinais de embriaguez após colidir a BMW que dirigia com um carro com cinco pessoas, na rodovia Capitão Bardoíno. Uma criança de quatro anos morreu – leia mais detalhes abaixo.

A manifestação do Ministério Público foi oficializada nesta quinta-feira (27), após a conclusão do inquérito policial por parte da Polícia Civil de Bragança Paulista.

A promotoria ressalta o histórico de casos de embriaguez ao volante por parte de Luiz Paulo Franco Del Corso e o fato dele não ter autorização para dirigir, já que está com a carteira de habilitação vencida e bloqueada.

O MP cita também que o carro de luxo dirigido pelo empresário tinha velocidade muito superior ao limite da rodovia, que é de 60 quilômetros por hora.

“A velocidade regulamentada para aquela via (…) era de 60 km/h, e estando muito acima disso, o investigado novamente assumiu o risco de produzir o resultado morte, novamente indicado seu dolo na conduta”, conclui o MP.

Por entender que houve um homicídio doloso, o Ministério Público propõe ainda o caso seja tratado na Vara do Júri da cidade.

O empresário segue preso preventivamente no Centro de Detenção Provisória de Jundiá. Em nota, o advogado dele informou que se solidariza com as vítimas do acidente e que comprovará que Luiz Paulo não teve a intenção de provocar o acidente.

Acidente em Bragança Paulista

Uma criança de 4 anos morreu em um acidente entre dois carros em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, na noite de domingo (23). A vítima foi identificada como Valentina Oliveira da Veiga.

O acidente aconteceu por volta das 20h30, próximo ao quilômetro 93 da rodovia Capitão Bardoíno, na altura do bairro Parque dos Estados.

O Gol atingido pela BMW tinha cinco ocupantes e era dirigido por um homem de 26 anos, que estava na companhia de sua esposa, de 31 anos. Havia ainda três passageiras: uma adolescente de 14 anos – filha da mulher – e duas meninas, de quatro e dois anos – filhas do casal.

A menina de quatro anos não resistiu aos ferimentos provocados pelo acidente e morreu. A irmã mais nova dela, de dois anos, e a mãe, de 31, foram resgatadas em estado grave.

Elas foram encaminhadas ao Hospital Universitário São Francisco, mas não correm risco de morrer. Os outros dois ocupantes do carro – o motorista de 26 anos e a adolescente de 14 – estão bem.

A família é de Monte Morte (SP), cidade na região de Campinas, e voltava de um passeio quando o acidente aconteceu.

Motorista preso
O motorista da BMW preta – carro de luxo avaliado em cerca de R$ 300 mil – foi identificado como Luiz Paulo Franco Del Corso, de 36 anos. Ele é um empresário de Socorro (SP).

O homem se recusou a fazer o teste de bafômetro. Mesmo assim, foi preso em flagrante, pois apresentou ‘sinais claros de embriaguez’, segundo o boletim de ocorrência.

Entre os sinais de embriaguez apresentados pelo motorista, a polícia cita forte odor etílico, fala pastosa, olhos avermelhados e exaltação – foi necessário, inclusive, o uso de algemas para contê-lo.

“Os policiais foram lá e conversando com a pessoa foi constatada a voz pastosa, o raciocínio desordenado. Ele foi convidado a fazer o teste do etilômetro, mas se recusou. O outro motorista fez e resultou negativo”, afirma a delegada Nagya Cássia de Andrade.
“Ele (o empresário) foi conduzido para o plantão, como é feito em toda ocorrência relacionada a embriaguez. Aqui ele também se recusou a fornecer o sangue para exame toxicológico”, completa.

O boletim de ocorrência cita ainda que o homem confessou informalmente aos policiais que ingeriu bebida alcóolica e fez uso de drogas antes de dirigir.

Ainda na segunda-feira (24), Luiz Paulo passou por audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida em preventiva pela Justiça.

Na audiência, a juíza Mariane Cristina Maske de Faria Cabral disse que “o custodiado já foi condenado por embriaguez ao volante por três vezes sendo que, na última, foi condenado a regime inicial semiaberto. Soma-se a isso o fato de que não estava autorizado a dirigir naquele momento e mesmo assim o fez.”

Por conta das condenações, o empresário está com a carteira de habilitação bloqueada e não tem permissão para dirigir.

O carro de luxo envolvido no acidente foi comprado por ele há menos de uma semana, segundo registro do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP).

Mãe de filhos de namorado de Suzane von Richthofen pede guarda das crianças

Médica disse no programa Encontro, da TV Globo, que não consegue mais falar com as três crianças, que moram com o pai na cidade de Bragança Paulista (SP), no Vale do Paraíba.

A médica Sílvia Constantino Franco, de 44 anos, mãe de três crianças do atual namorado de Suzane Richthofen, disse no programa Encontro, da TV Globo, nesta quarta-feira (27), que não consegue mais falar com as filhas.

Ela pediu a guarda das meninas na Justiça. Isso porque elas moram com o pai na cidade de Bragança Paulista.

“Não tenho confiança em deixar [minhas filhas] lá em Bragança. [Quero] preservar o anonimato das minhas filhas. Depois da integridade física delas, o anonimato é fundamental”, disse.

Justiça negou pedido de guarda
Em 19 de setembro, em liminar, a Justiça negou o pedido de guarda.

De acordo com a decisão, “não há elementos que assegurem que o exercício da guarda, pela mãe, se revela a medida que melhor atende aos interesses das meninas” e que “não está comprovado que as meninas sofrem risco advindo da convivência com a madrasta Suzane von Richthofen”.

A decisão determina a realização de um estudo psicossocial para apurar se a integridade física e psíquica das crianças está em risco e, só então, determinar quem ficará com a guarda.

A médica disse que, desde que soube do relacionamento entre o ex-marido, o também médico Felipe Zecchini Muniz, de 40 anos, com Suzane von Richthofen, só conseguiu falar com uma das filhas uma única vez — ocasião em que a criança confirmou a história.

Informada de relacionamento por terceiros
Ela afirma ainda que só soube do relacionamento porque foi informada por meio de mensagens de moradores de Bragança Paulista. “Me mandaram mensagens pela internet, fotos. De início não acreditei, achei que fossem montagens. Coincidiu de eu conseguir falar com a minha filha e ela confirmou para mim a história”, afirmou.

Silvia manteve uma união estável com Felipe por cerca de dez anos. Quando a relação chegou ao fim, de forma conturbada, a médica, que dizia estar fragilizada, cedeu os cuidados das filhas ao ex-marido.

Suzane von Richthofen, que estava presa desde 2002 por matar os pais, foi solta em 11 de janeiro deste ano após a Justiça conceder a progressão para o regime aberto. Ela cumpria pena há 20 anos e estava em um presídio em Tremembé, no interior de São Paulo. (veja, no vídeo abaixo, como funciona o regime aberto).

 

PF prende acusados de fraudar vestibular

A Polícia Federal desbaratou uma quadrilha acusada de fraudar exames vestibulares em pelo menos oito instituições públicas e particulares de ensino superior em seis Estados. O grupo, cuja atuação vem desde 1988, vendia, segundo a PF, o ingresso em universidades por R$ 15 mil.
No total foram presas 16 pessoas, numa operação chamada Pensacola. Elas iriam atuar ainda em uma nona instituição -a Universidade São Francisco, em Bragança Paulista (SP)- no último sábado, quando a PF prendeu 12 delas, inclusive alunos e pais.
Entre os presos estão Flávio Moreira Borges, vice-prefeito de Caiapônia (GO). Ele acompanhava a filha Leidiane Gomes, também presa em flagrante. A Folha ligou no início da noite de ontem para a casa de Borges, mas a pessoa que atendeu disse não haver ninguém para tratar do assunto.
O grupo pagava os “serviços” de três pessoas, que, segundo a polícia, têm facilidade para resolver as provas. Ao sair da sala, repassavam as respostas a um intermediário, que retransmitia os resultados a candidatos por meio de um equipamento digital.
Até o início da noite de ontem, continuava foragido Jorge Nascimento Dutra, apontado pela PF como mentor do esquema. Acusado em 1988 de fazer parte de uma quadrilha de fraudadores de vestibular no Rio Grande do Sul e no Paraná, Dutra tinha como principal sócio Rosirley Lobo.
Lobo foi preso em São Paulo, dentro de um carro no qual estava instalado o equipamento usado para retransmissão do gabarito.
Entre as pessoas contratadas para resolver provas, segundo o delegado Tarcísio de Abreu Júnior, que preside o inquérito, está a romena Ioana Rusei Dutra, mulher de Jorge Nascimento. A Folha não conseguiu localizar ontem advogado que a represente.
Trata-se, segundo as investigações, de uma união apenas formal, para assegurar a permanência no Brasil de Ioana, aluna do quinto ano de medicina da UnB (Universidade de Brasília).
Em depoimento, Ioana disse ter atuado em exames de pelo menos oito escolas, entre elas a Universidade Federal do Acre (em 2002).
Denúncias anônimas sobre essa prova levaram a PF a investigar o caso. Dos 40 aprovados, há suspeitas de que pelo menos 21 tenham usado os conhecimentos de Ioana. O Ministério Público Federal propôs ação para impedi-los de continuarem o curso.

Outros casos
No Rio, a Unig (Universidade Iguaçu) e a Universidade Gama Filho, outras vítimas de fraude, segundo a PF, disseram que tentativas acontecem mais nos cursos de medicina, os mais disputados, e que aumentaram a fiscalização.
O sub-reitor de graduação da Gama Filho, Luciano Medeiros, disse que a instituição ainda não recebeu nenhum comunicado da PF a respeito de fraudes.
Em Vitória (ES), uma quadrilha, da qual há suspeita de participação de Rusei, teria tentado fraudar prova da Emescam (Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia) em junho de 2003.
Na época, pais denunciaram que uma empresa que dava suporte aos candidatos, como transporte, inscrição e hospedagem, estava oferecendo também vagas. A polícia de Vitória montou uma operação, mas ninguém foi preso.
Segundo a professora Maria das Graças Corrêa de Faria, responsável pelo exame, a coleta das impressões digitais feita após a denúncia permitiu que fosse identificada outra tentativa.
A diretora-técnica da Univale (Faculdades Integradas do Vale do Ivaí), de Ivaiporã (PR), Ione Albuquerque Muchiuti, negou que tenha havido tentativas de fraude do vestibular.
A Folha não conseguiu contatar a direção do Centro Universitário de Volta Redonda (RJ) e a da Unipac em Barbacena (MG).