Influenciador que teve bens apreendidos pela polícia ostenta mansão, Porsche e lancha nas redes

Homem foi um dos alvos da operação da polícia contra grupo suspeito de lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular e estelionato em vários estados.

Um influenciador digital com mais de 280 mil seguidores nas redes sociais é um dos alvos da operação deflagrada pela polícia no Ceará nesta sexta-feira (22), contra um grupo suspeito de lavagem de dinheiro, crime contra a economia popular e estelionato em vários estados do país. Ele não foi preso.

Rodrigo Borges, identificado por uma fonte da polícia como um dos investigados, costumava ostentar nas redes sociais com mansão, viagens, lancha e veículos de luxo na garagem como Porsche e uma Lamborghini Huracán EVO, esta última avaliada em R$ 3 milhões.

A casa do influenciador, localizada em um condomínio de alto padrão em Aquiraz, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi um dos endereços onde os mandados de busca e apreensão foram cumpridos.

Durante a operação a polícia apreendeu oito automóveis, uma lancha, 25 relógios de luxo e um imóvel foi sequestrado. O total de bens apreendidos estão avaliados em R$ 14 milhões.

Vítimas atraídas pelas redes sociais

O esquema criminoso que o influenciador é suspeito de participar consistia na abertura de empresas e operaçães automatizadas que prometiam aos investidores grande retorno financeiro com base em investimentos de criptomoedas e apostas on-line.

“Essa organização criminosa trabalhava com crimes contra a economia popular, pirâmides financeiras, estelionatos, vendendo falsas aplicações, prometendo ganhos exagerados, totalmente acima do mercado legal”, disse o chefe da Polícia Civil do Ceará, delegado Márcio Gutiérrez .

Segundo as investigações da Polícia Civil, que já duram 1 ano, os suspeitos fizeram centenas de vítimas em diversos estados e atualmente estavam no Ceará desfrutando de bens de alto valor econômico.

Essa ostentação nas redes sociais, inclusive, era uma das maneiras usadas pelos investigados para atrair novas vítimas.

“Esse grupo ele buscava ostentar nas redes sociais mostrar para as pessoas que tinham sucesso que conseguiram esse sucesso através dessas aplicações e com isso estimulavam essas pessoas a serem clientes vendendo falsas remunerações”, falou o delegado.

Ainda segundo o delegado, o grupo criminoso costumava registrar os bens no nome de outras pessoas, para não levantarem suspeita.

“Nenhum desses veículos está em nome desses alvos dos mandados de busca. Eles buscam afastar o patrimônio dele para tirar a atenção da Polícia Civil”, disse Márcio Gutiérrez.

 

Câmera de shopping flagrou encontro de marido com suspeitos de matar contadora no Ceará

Homem estava com passagem comprada para Portugal.

A câmera de segurança de um shopping flagrou o encontro do marido da Kaianne Bezerra Lima Chaves com os dois suspeitos de assassinar a vítima na casa do casal no dia 26 de agosto, em Aquiraz , na Região Metropolitana de Fortaleza.

As imagens levaram a reviravolta do caso, inicialmente investigado como latrocínio (roubo seguido de morte), e a prisão de Leonardo Nascimento Chaves, de 41 anos, nesta quarta-feira (6), por suspeita de encomendar a morte da própria esposa para obter o valor do seguro de vida dela, cerca de R$ 90 mil.

“Com a experiência que a gente tem desses fatos, a gente percebeu uma certa facilidade pros criminosos entrarem na casa. Quando a gente faz uma segunda oitiva desse crime, apuramos informações que não batiam com o criminoso dizia, foi quando a gente viu que ele não era vítima, mas autor do crime”, disse o delegado Gustavo Pernambuco.

As imagens que constam no inquérito mostra que no dia do crime Leonardo encontrou o motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro e um adolescente no estacionamento do shopping por volta das 20h35, momento antes da residência da vítima ser invadida.

Durante o encontro, Leonardo e a dupla conversaram por cerca de dez minutos próximo ao carro do viúvo, que ficou com o capô levantado.

Simulação de assalto

Conforme as investigações, após deixar o estabelecimento, Leonardo foi para casa e iniciou a simulação do assalto que levou a morte da esposa.

O companheiro da vítima disse à polícia que a residência havia sido invadida pelos dois homens armados. Eles amarraram o marido e a mulher em cômodos diferentes.

No entanto, após avanço da investigação, a Polícia Civil descobriu que o assalto foi uma armação para encobrir o assassinato planejado pelo marido. Ele inclusive pediu que os assaltantes o agredissem para reforçar o álibi de que o casal havia sido vítima de assalto e agressões.

Kaianne Bezerra morreu com o golpe de um objeto contundente no pescoço, aos 35 anos.

Prisões
Três dias após o crime, a Polícia Civil prendeu o motorista de aplicativo Adriano Andrade Ribeiro, de 39 anos, e apreendeu o adolescente de 16 anos, apontado como os executores.

O homem foi preso com pertences da vítima em um imóvel no Bairro Jardim das Oliveiras, em Fortaleza. Já o adolescente foi apreendido em uma residência no bairro Tancredo Neves.

Dando prosseguimento às investigações, os policiais civis conseguiram identificar a participação direta de Leonardo, como autor intelectual da morte da esposa.

‘Frio e calculista’
Para um familiar de Kaianne, que terá a identidade preservada, desde o início Leonardo contou versões contraditórias para a família da contadora.

“Na noite do crime ele nos disse que tinham ido lanchar no shopping, quando recebeu a ligação de um vizinho avisando que ele havia deixado o carro com o farol ligado em frente de casa. Aí eles voltaram, ele apagou o farol, deixou ela em casa e saiu para comprar janta. Se eles tinha lanchado, por que ele ia sair de novo para comprar janta? Depois disse que botou ara esquentar no micro-ondas e foi regar as plantas. Se ele acabou de comprar essa janta veio fria? Tinha muita coisa que não estava batendo”, falou o parente.

Ainda segundo o parente, ele foi o único a desconfiar de Leonardo, o que fez com que outros membros da família ficassem chateados, pois acreditavam na versão do viúvo.

“No velório, não derramou uma lágrima. Depois disse que eles tinham um acordo de cremar o corpo e jogar as cinzas pelo mundo. Já estava até com passagem comprada. Psicopata. Ele é frio e calculista”, disse o familiar da contadora.

A polícia descobriu que Leonardo estava com passagem comprada para Portugal e planejava deixar o país. Ele foi capturado quando saía da casa da sogra.