Instituto do consumidor suspeita que dados de clientes da 123 Milhas foram vazados

Consumidores estão recebendo mensagens pelo WhatsApp de golpistas, que pedem o preenchimento de um formulário com informações pessoais, como cartão de crédito.

O Instituto Brasileiro de Consumidores e Titulares de Dados (IBCTD) suspeita que dados dos clientes da 123Milhas foram vazados.

Segundo o IBCTD, esses consumidores estão recebendo mensagens pelo WhatsApp de golpistas, que pedem o preenchimento de um formulário com informações pessoais, como cartão de crédito.

O instituto afirma que encaminhou a denúncia à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

“A empresa 123 Milhas nega que houve vazamentos de dados. Entretanto, o IBCTD encaminhou a denúncia para a Secretaria Nacional do Consumidor, gestora do portal consumidor.gov.br, ao Reclame Aqui e Autoridade Nacional de Proteção de Dados – para investigação se houve vazamento de informações sensíveis”, diz o comunicado publicado no site do Instituto.

A reportagem procurou a 123Milhas para um posicionamento e aguarda retorno.

Consumidores sem viagem
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) também investiga se a 123 Milhas obteve vantagens na venda de bilhetes aéreos. O inquérito policial reúne mais de 150 registros de ocorrência encaminhados à Delegacia de Defesa do Consumidor, em Belo Horizonte.

Na segunda-feira (4), a corporação começou a ouvir os consumidores prejudicados. A previsão é de que testemunhas e representantes da empresa sejam intimados a dar esclarecimentos ainda neste mês.

No dia 18 de agosto, a agência suspendeu pacotes e a emissão de passagens promocionais com embarques previstos a partir de setembro de 2023. A interrupção do serviço levou à abertura de uma série de ações na Justiça e até um pedido de recuperação judicial.

Segundo a PCMG, a investigação apura se empresa teve benefícios ao, supostamente, vender os tíquetes mais baratos com antecedência e em quantidades maiores do que a disponibilidade de voos.

“A princípio, nós trabalhamos com algumas linhas investigativas. Poderiam (se enquadrar) num crime contra economia popular, supostamente até uma pirâmide financeira, um crime contra a relação de consumo ou até mesmo um estelionato”, afirmou a delegada Elyenni Célida da Silva.

Além disso, os investigadores verificam se a operadora cometeu crimes ao suspender a emissão dos bilhetes e utilizar vouchers como forma de reembolso. Alguns indícios poderiam configurar uma pirâmide financeira.

Sócio da 123 milhas foi condenado por descumprir regra e utilizar bolsa do governo

Ramiro Madureira precisou devolver dinheiro ao estado de Minas Gerais

Um dos sócios da 123Milhas, Ramiro Julio Soares Madureira, precisou devolver ao estado de Minas Gerais parte do valor de uma bolsa de estudos concedida pela Fundação João Pinheiro. Isso aconteceu porque o empresário descumpriu regras de uso do benefício.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, Ramiro foi aprovado no curso de graduação em administração pública, que estudou entre agosto de 2004 e julho de 2009. Nesse mesmo período, ele recebeu bolsa de estudos mensal, sob a condição de ficar pelo menos dois anos na carreira após sua formatura.

Ele, no entanto, foi empossado em agosto de 2009 e ficou cerca de um ano e quatro meses no cargo. Por não atingir o tempo, a fundação entrou com ação para que ele pagasse cerca de R$ 33 mil. A Justiça concordou com valor proporcional, de aproximadamente R$ 11,8 mil.

O Terra entrou em contato com a assessoria da 123Milhas para saber por que Ramiro Julio Soares Madureira utilizou o dinheiro e se o valor proporcional foi devolvido. Em nota, a assessoria informou apenas que “o empresário Ramiro Julio Soares Madureira fez todo o pagamento devido à época e a ação foi arquivada.”