Entenda a crise na Assembleia de Deus do Piauí que foi parar na justiça

A CEADEP afastou o presidente da Assembleia de Deus em Picos, sob a acusação de adultério.

A crise institucional envolvendo a Convenção das Assembleias de Deus no Piauí (CEADEP) e o pastor Carlos Alberto Costa de Souza, presidente afastado da Assembleia de Deus em Picos, culminou em um processo impetrado no Tribunal de Justiça do Piauí (TJ/PI) contra a convenção.

Carlos Alberto foi acusado de ter se relacionado com uma mulher casada e de ter engravidado ela. Diante da denúncia, segundo o pastor, sem qualquer prova, a CEADEP lhe afastou de todas as suas funções.

O Fuxico Gospel teve acesso à denúncia que culminou no afastamento do religioso. Ela foi feita pelo esposo supostamente traído, em uma carta direcionada ao pastor presidente Besaleel Ferreira de Assunção.

Na carta, o homem explica que o pastor se relacionou com a sua esposa entre 2016 e 2022, e diz que fez o exame de DNA que comprovou que ele não é o pai do seu filho.

Leia na íntegra e com exclusividade:

O homem também chegou a enviar a foto do motel onde o pastor Carlos Alberto estaria supostamente se relacionando com a sua esposa.

Diante dessas acusações, a CEADEP decidiu afastar o pastor Carlos Alberto e lhe enviou um ofício comunicando a decisão.

O que diz o pastor Carlos Alberto?

A defesa do pastor Carlos Alberto questiona na justiça o fato do religioso ter sido afastado de suas funções sem que tenham lhe dado o direito de ampla defesa.

Por essa razão, o processo de número 0801781-14.2023.8.18.0140 pede a anulação da decisão que afastou o pastor da presidência da igreja em Picos, sob a alegação de que ele teve cerseado o direito à defesa.

De acordo com a defesa do pastor, a decisão do presidente feriu o próprio estatuto da CEADEP, que determina que:

“Art.13 – Aberto o processo disciplinar, este será encaminhado ao Conselho de Ética e Disciplina, conforme artigo 47 e 48 do Estatuto da CEADEP, ao qual compete analisar e emitir parecer sobre o fato, notificando desde logo o representado do inteiro teor da representação, assinalando prazo de 15 dias, contados a partir do recebimento da mesma, para apresentação da defesa que couber.”

Portanto, a convenção não teria dado a oportunidade para que o pastor Carlos Alberto apresentasse sua defesa.

“Dito isso, esclarecendo o procedimento disciplinar, é importante salientar que O PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR ATÉ O PRESENTE MOMENTO NÃO SEGUIU OS RITOS E DETERMINAÇÕES DO REGIMENTO INTERNO, pois diversas fases processuais foram antecipadas ou feitas à arrepio da lei”, diz a defesa na petição.

Diante disso, o pastor busca na justiça uma liminar que garanta seu retorno ao cargo, até que ele consiga provar sua eventual inocência, ou até que o processo administrativo seja findado.