Preso, Silvinei Vasques move processos contra quem o acusou de fraudar eleições

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, está movendo mais de cem processos contra políticos e figuras públicas que o acusaram de interferir ilegalmente nas eleições de 2022.

Entre os alvos dos processos, estão figuras como os deputados André Janones (Avante-MG) e Gleisi Hoffmann (PT-PR) e o comunicador e ex-jogador de futebol Walter Casagrande Jr, informa o blog do Ancelmo Gois no jornal O Globo.

Apesar de processar quem o acusa, Vasques foi preso na última quarta-feira (9) justamente no âmbito de uma investigação que apura a possível interferência no segundo turno das eleições do ano passado.

Sob seu comando, a PRF realizou uma série de blitze contra caravanas de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente na região Nordeste, o que causou intenso trânsito e dificultou a locomoção de cidadãos aos seus locais de votação. A Polícia Federal (PF), inclusive, encontrou provas de que operações da PRF no segundo turno foram para prejudicar Lula.

‘Entre os herdeiros diretos do pai, não havia problema’, diz advogado de enfermeira encontrada morta após viajar de Dublin ao RS

Uma das hipóteses consideradas pela polícia é a de que ela foi assassinada e motivação teria relação com uma herança que ela tinha para receber. Priscila Leonardi, de 40 anos, é gaúcha e residia na Irlanda. Ela viajou ao estado e desapareceu quando estava em Alegrete, na Fronteira Oeste.

Uma das linhas de investigação adotada pela Polícia Civil é a de que Priscila Leonardi, de 40 anos, que viajou de Dublin ao Rio Grande do Sul para passar as férias, tenha sido assassinada. O corpo dela foi localizado na quinta-feira (6) por um pescador às margens do Rio Ibirapuitã, em Alegrete, na Fronteira Oeste do estado.

O motivo do crime seria uma herança que ela teria para receber. O advogado Rafael Hundertmark, que representa a enfermeira, confirma que ela tinha desafetos na família.

”Ela tinha desentendimento com alguns parentes, mas, entre os herdeiros diretos do pai, não havia problema”, afirma o advogado.

De acordo com Rafael Hundertmark, Priscila tem uma irmã mais nova, por parte do pai, falecido em 2020. Após a morte, foi aberto um inventário para formalizar a divisão e tramitar a transferência dos bens.

“Os valores são médios, não se trata de milhões”, esclarece o advogado.

Priscila e a irmã não tinham contato. No entanto, segundo Rafael, a enfermeira fazia questão que o processo fosse transparente e contemplasse a caçula. “Em momento algum, ela teve ódio dessa irmã”, acrescenta.

Neste ano, Priscila entrou com outra ação contra um parente. Conforme o advogado, o processo se tratava de uma cobrança envolvendo a alienação de um imóvel que não foi paga, mas a ação ainda estava em fase inicial.

O corpo de Priscila será sepultado a partir das 14h desta sexta-feira (7) no Cemitério Municipal de Alegrete.

Investigação
O corpo de Priscila Leonardi foi levado pela polícia ao Posto Médico Legal (PML) de Alegrete, órgão responsável pelo exame de necropsia. Ele apresentava lesões possivelmente causadas por espancamento. A suspeita é de que a causa da morte tenha sido estrangulamento. Uma fita teria sido usada ao redor do pescoço da vítima.

A investigação policial aponta que Priscila morava e trabalhava em Dublin, na Irlanda, desde 2019, e viajou a Alegrete, cidade onde nasceu, para visitar parentes.

Ela chegou ao Brasil no dia 1º de junho e planejava ficar cerca de um mês no Rio Grande do Sul. Ela foi vista com vida pela última vez entrando em um carro preto, cujo motorista estaria prestando serviço de transporte por aplicativo, na noite de 19 de junho, após sair da casa de um primo no bairro Vila Nova. De lá, iria para a casa de uma prima, no bairro Cidade Alta, onde estava hospedada. A distância entre os dois locais é de cerca de 5 km.

A Polícia Civil começou a investigar o caso no dia 20 de junho, quando um primo e uma prima de Priscila registraram o desaparecimento dela em uma delegacia.

Prefeita cobra ‘respeito’ após afegãos serem levados para Praia Grande, SP, sem que ela soubesse: ‘temos regras’

Raquel Chini (PSDB) afirmou à TV Tribuna, afiliada da Globo, que está esperando que os governos estadual e federal façam a sua parte em relação aos refugiados no município.

A prefeita de Praia Grande, no litoral de São Paulo, cidade onde os 128 refugiados afegãos foram abrigados em uma colônia de férias do Sindicato dos Químicos, cobrou apoio e ajuda dos governos federal e estadual. Em entrevista à TV Tribuna, afiliada da Globo, Raquel Chini (PSDB) disse que só soube da chegada dos afegãos quando eles já estavam na estrada em direção ao município.

“Praia Grande foi escolhida na verdade. Ninguém conversou comigo a respeito. Fomos surpreendidos com a vinda deles quando já estavam na estrada”, disse a prefeita, que afirmou só ter começado discutir o acolhimento aos refugiados quando estes estavam prestes a chegar à cidade.

“Abri as portas imediatamente, só não sabia que no minuto seguinte eu já estava publicada nas redes sociais e em portarias com obrigações para o município”, reclamou Raquel.
Diante da situação, a chefe do Executivo de Praia Grande disse ter pedido que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, entrasse em contato para que fossem estabelecidas regras e responsabilidades.

“Acho que tem que ter o mínimo de respeito com a cidade. Respeito com a governante. Isso aqui é uma cidade que recebe a todos, mas temos regras, com ordem”.
A prefeita afirmou que abrigar os refugiados no município impacta na administração municipal. “Eu me preocupo. Será que vou conseguir atender todas essas pessoas? E atender a minha população também? Será que mais alguém está pensando nisso?”.

Ela afirmou que está esperando que os governos estadual e federal façam cumpram com o papel que lhes cabe. “Tem saúde, tem educação, tem assistência social, tem cultura, que é superdiferente, tem trabalho. Onde é que vou ter trabalho para essas pessoas? Preciso de intérprete, preciso de ajuda”.

À TV Tribuna, a Secretaria Estadual do Desenvolvimento Social informou que oferece diariamente 320 refeições entre almoço e jantar por meio do programa Bom Prato aos refugiados, e que o serviço será mantido enquanto eles estiverem no local.

Ainda de acordo com a pasta, a operação de transferência dos afegãos para Praia Grande é coordenada pelo Governo Federal, que não se posicionou até a última atualização desta reportagem.

 

Advogado é agredido por investigador ao impedir entrada em casa de suspeito em Batatais, SP;

Vítima alega que Polícia Civil não tinha mandado de busca. Caso será apurado pela Corregedoria, segundo delegado seccional.

Um advogado foi agredido por um investigador de polícia na tarde de quarta-feira (5) ao recusar a entrada das autoridades na casa de um suspeito de furto em Batatais (SP). Imagens obtidas pela reportagem (veja acima) mostram o momento da agressão, em que a vítima leva uma cabeçada até cair no meio da rua.

O alvo da agressão é Lucas Lima Roberto, que alegou, em boletim de ocorrência, ter impedido a entrada dos agentes porque a Polícia Civil não tinha um mandado de busca e apreensão para entrar no imóvel, localizado no bairro Antônio Romagnolli. Segundo o registro policial, o suspeito pelas agressões é o investigador Leonardo Toffeti.

 

Vereadora nega LGBTfobia em sessão da Câmara de Araras: ‘não proferi nenhum discurso de ódio’

Movimentos LGBTQIA+ protestaram na Câmara contra a fala de Deise Olímpio de Oliveira (União Brasil). Parlamentar disse que não fez nada que pudesse agredir as pessoas e que respeita a todos.

Denunciada por LGBTfobia por movimentos LGBTQIA+ por usar a palavra “aberração”, a vereadora de Araras (SP) Deise Aparecida Olímpio de Oliveira (União Brasil) disse na segunda-feira (3) que não cometeu nenhum crime.

“Homofobia é crime, transfobia é crime. Eu não proferi nenhum discurso de ódio, então eu não cometi nada que pudesse agredir essas pessoas. Pelo contrário, eu respeito a todas as pessoas”, disse a vereadora à EPTV, afiliada da TV Globo, durante sessão na Câmara.

Deise alegou que pretendia fazer boletim de ocorrência por conta de ameaças que diz ter sofrido e também se posicionou sobre o uso do termo “aberração”.

“Essa palavra foi dita não em relação às pessoas do movimento, as quais merecem respeito como eu já emiti em várias notas. Eu quis dizer em relação ao ato de se levar crianças para locais onde a faixa etária tem que ser respeitada. Então essa é a minha opinião, não em relação ao movimento. Pegaram a minha frase e distorceram no sentido como se eu estivesse atacando a orientação sexual, o movimento em si”, disse.

Polêmica

Movimentos LGBTQIA+ alegam que a vereadora usou a palavra “aberração” para se referir à comunidade. A declaração foi dada na sessão ordinária de 19 de junho durante a votação de uma moção de repúdio proposta pela frente parlamentar cristã à participação de crianças e adolescentes em ações de apoio ao Dia do Orgulho LGBTQIA+.

Todos os vereadores que se colocarem contrários a essa aberração ficam convidados a assinar conosco pra dar força, pra dar peso e evitar lamentavelmente episódios como esse”, afirmou Deise.

A moção foi aprovada por 10 votos favoráveis. A vereadora disse que não fez discurso de ódio e que todas as pessoas devem ser respeitadas.

A declaração da vereadora causou indignação entre representantes de movimentos que defendem a causa LGBTQIA+, que denunciaram a parlamentar por LGBTfobia na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância.

Manifestação

Na noite de segunda-feira, cartazes e faixas foram preparados antes da sessão ordinária. A pauta do dia ficou praticamente em segundo plano.

A comunidade LGBTQIA+ esperava um pedido de desculpas da vereadora. “Isso vem como um peso dentro do trabalho que eu faço de combate à violência, discriminação, que já existe na cidade. E a fala realmente fomenta todo esse ódio que a gente já combate dia a dia”, disse a estudante de psicologia Ana Carla Tozzo.

Deise Olímpio chegou a entrar no plenário antes de a sessão começar, mas ficou por pouco tempo e deixou o local. “Em razão da movimentação, das ameaças que estou sofrendo, então pela minha integridade física e emocional também”, disse a vereadora.

Do lado de fora, participantes da manifestação usavam instrumentos e cantavam músicas em tom de protesto. Em determinado momento, a presidente da Câmara, Mirian Pires, foi pedir compreensão alegando que o barulho atrapalhava os trabalhos.

Em um primeiro momento o marido da vereadora disse que ela não daria entrevista, mas depois ela voltou atrás e conversou com a equipe de reportagem.

Mesmo não participando do início da sessão, a vereadora retornou ao plenário.

 

Manifestantes protestam contra terceirização na Mercedes-Benz em Campinas; MPT marca audiência para mediar acordo

Trabalhadores da empresa foram até a sede do MPT-15 nesta terça. Em reunião com procuradores do trabalho, ficou definida audiência de mediação para a próxima sexta. Decisão de terceirizar dois setores afeta 500 trabalhadores.

Manifestantes realizaram um ato, na manhã desta terça-feira (4), para protestar contra a terceirização dos setores de distribuição de peças de reposição e remanufatura na unidade da Mercedes-Benz em Campinas (SP). A montadora alemã confirmou a decisão, que afeta 500 trabalhadores, na semana passada, e o prazo para a implantação da mudança é até o fim de 2024.

De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, pelo menos dois ônibus com trabalhadores da empresa foram até a sede do Ministério Público do Trabalho da 15ª Região (MPT-15), na metrópole, para o protesto.

Representantes da categoria se reuniram com procuradores do trabalho durante a manhã para discutir a tercerização e ficou definido que o MPT vai atuar como mediador.

O órgão marcou uma audiência de mediação para sexta-feira (7), às 10h, e vai tentar um acordo entre as partes. Integrantes de movimentos sociais, estudantes da Unicamp e professores da rede pública, também participaram da manifestação com faixas e cartazes.

A terceirização
Segundo a empresa, as mudanças terão início em dezembro de 2023 e têm como objetivo trazer “maior eficiência, competitividade e agilidade no atendimento” aos clientes. Serão afetados, portanto, os seguintes setores:

Central de distribuição de peças de reposição: atividades passarão a ser realizadas por empresa terceirizada em Itupeva (SP). A transição deste processo acontecerá de dezembro de 2023 a março de 2024.
Atividades de pós-vendas e outras funções administrativas: serão transferidas para São Bernardo do Campo (SP) no primeiro semestre de 2024.
Linha de remanufatura de peças: será terceirizada até o final de 2024.

Em nota, a empresa ressaltou que busca solução para “minimizar os impactos da decisão” em relação aos colaboradores e que pretende iniciar as negociações com o sindicato para a construção de “alternativas e condições satisfatórias que nos levem ao melhor resultado possível para todas as partes envolvidas”.

O que diz o sindicato?
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, Sidalino Orsi Júnior, uma assembleia foi realizada com os trabalhadores nesta segunda-feira (26) e há uma rodada de negociação com a empresa agendada para quarta (28).

“A terceirização é a precarização mais acentuada sobre os trabalhadores, porque deixa o setor patronal com uma situação mais favorável para ampliar seus lucros, pagando menos salários e dando menos direito. Esses companheiros de empresas terceirizadas infelizmente sofrem com o descaso das políticas de saúde e segurança das empresas”, afirma.

Segundo Orsi, os dois setores afetados pelas mudanças – de logística e venda de peças e remanufatura de câmbios, motores e periféricos – são essenciais para as atividades e lucro da empresa. Com a terceirização, a estimativa do sindicato é de que a montadora tenha uma economia de 70% com o pagamento de salários.

Vídeos mostram PMs amarrando com corda pés e mãos de suspeito de furto já algemado em SP

Caso ocorreu em 4 de junho, na Zona Sul da capital. Homem foi abordado após furto a um mercado com outras duas pessoas, em que levaram bebidas e alimentos. Ele e outro rapaz viraram réus pelo ‘arrastão’ e um adolescente, de 15 anos, está apreendido. SSP diz que conduta ‘não é compatível com treinamento da PM’ e apura.

Imagens de câmeras corporais de policiais militares e sistemas de segurança registraram o momento em que Robson Rodrigo Francisco é abordado por agentes com duas caixas de chocolate furtadas.

Ele teve mãos e pés amarrados ao resistir à ação. Ele, outro suspeito e um adolescente teriam pegado alimentos e bebidas em um mercado na Zona Sul de São Paulo.

Robson teve a prisão mantida nesta semana e virou réu na Justiça por furto, resistência à prisão e corrupção de menor de idade.

O outro réu, Ademario Bernardo, chegou a ser preso e está solto, mas também passou a ser processado por furto e corrupção de menor.

O adolescente permanece internado na Fundação Casa de forma provisória.

Segundo o g1 apurou, o menino que estava com a dupla vivia em situação de rua e morava em uma barraca. O pai dele morreu, e a mãe é usuária de drogas na Cracolândia.

Na noite de 4 junho, quando ocorreu o “arrastão”, o adolescente e Ademario foram abordados em um endereço diferente de Robson, que foi amarrado.

A defesa de Robson afirmou que espera que a conduta dos policiais seja punida.

“É com sufocante pesar e repulsa as imagens da tortura da ação realizada por diversos policiais militares (ao menos 8) segundo o que se pode observar, que a defesa encampada pela Associação Nacional da Advocacia Negra e pelo Grupo Afrizanize e por demais entidades que apoiam a igualdade entre pessoas sem discriminação de raça, gênero ou condição social ou qualquer outra vertente expressam neste momento. E, acima de tudo aguarda que o Poder Judiciário tenha coragem de punir todos os envolvidos em questão pela conduta vergonhosa desses verdadeiros criminosos de farda”, afirmou, em nota.

Já a defesa de Ademario não foi encontrada até a última atualização desta reportagem.

Abordagem filmada

Vídeos mostraram o momento em que dois policiais arrastam e jogam o suspeito primeiro em uma maca e, depois, no camburão da viatura já na UPA da Vila Mariana. A PM afastou os seis envolvidos na abordagem.

Agora, novos registros mostram a abordagem a Robson na rua. Outras duas pessoas estavam com ele, mas não tinham relação com o furto cometido pouco antes, segundo ele, e foram liberadas ainda no local.

As câmeras captaram quando o rapaz confessa informalmente o caso, mas pede que as outras pessoas sejam soltas. Em determinado momento, ele não respeita a policial, fala que não irá sentar: “Pra mim sentar, tio, só dando um ‘rodo’.”

“Dar um rodo” é a expressão usada quando alguém dá uma pancada nas pernas de uma pessoa para derrubá-la. Outro PM da equipe o questiona, e Robson rebate: “Eu quero tomar um rodo”.

As câmeras do prédio da região captaram a ação. Ao menos quatro policiais foram necessários para algemá-lo. Já algemado, com as mãos para trás e deitado, a equipe usa cordas e amarra os membros para trás, ainda na frente do prédio. Em seguida, ele foi levado para uma UPA na região.

Uma testemunha na unidade de saúde chegou a questionar o motivo de o suspeito estar amarrado e foi levada à delegacia. Um dos policiais estava com os joelhos ralados.

Outros dois policiais contaram, na delegacia, que receberam imagens do furto por um grupo e fizeram patrulhamento. Eles identificaram dois suspeitos, Ademario e o adolescente de 15 anos, que estariam usando roupas parecidas com as que os criminosos estavam vestindo. Ademario apresentava confusão mental, segundo o boletim de ocorrência.

‘Arrastão’ ao mercado
O funcionário do estabelecimento afirmou à Polícia Civil que acionou o “botão do pânico” na loja quando Robson entrou no local com outras duas pessoas. Ele já seria conhecido por ações parecidas na região.

A vítima correu para fora do estabelecimento e aguardou até os suspeitos saírem. Na sequência, uma viatura da Polícia Militar passou pela área. Em seguida, os três foram encontrados.

Claudio Aparecido da Silva, o Claudinho, ouvidor das polícias de São Paulo, definiu o caso como tortura em entrevista ao g1.

“Eles poderiam, no limite, algemar as pernas dele, não precisaria amarrar e fazer daquela forma amarrar arrastar aquilo é tortura aquilo não é abordagem policial”, afirmou.

Conduta não é compatível com treinamento e valores da PM, diz governo
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) disse que a abordagem ao suspeito “não é compatível com o treinamento e valores da PM.”

Ainda de acordo com o texto, todos os seis policiais envolvidos seguem afastados do trabalho operacional. O caso é acompanhado pela Corregedoria da instituição.

Indenização por danos morais
A Educafro — projeto voltado ao movimento negro — e outras entidades ligadas aos direitos humanos ajuizaram uma ação civil pública contra o estado de São Paulo e pediram uma indenização de R$ 500 mil por danos morais coletivos.

“O aparente crime de tortura perpetrado pela Polícia Militar de São Paulo contra um cidadão negro indefeso e desarmado viola a um só tempo dois sistemas de normas, ambos considerados fundamentais no arcabouço principiológico consagrado na Constituição Federal, a saber: as normas que protegem a vida e a dignidade da pessoa humana e as normas que protegem a população negra contra o racismo”, diz o documento.

Corredor é encontrado morto após corrida de 21 virar para 42 km

Antes do início, grupo estava em empresa do coach Pablo Marçal. Empresário afirma que se tratou de “treino espontâneo” e que homem foi socorrido.

A Polícia Civil investiga a morte de Bruno Teixeira, 26 anos, que morreu após um mal súbito durante uma corrida. A vítima teria aceitado correr um percurso de 21 quilômetros, mas o trajeto foi ampliado para 42 km.

O caso aconteceu em 5 de junho quando Bruno saiu para uma corrida da Plataforma Internacional, empresa do coach Pablo Marçal. Em um vídeo postado em suas redes, ele chegou a postar um vídeo dizendo, em tom de brincadeira, “onde eu fui me enfiar?”, ao explicar que o trecho da corrida tinha sido duplicado. No mesmo dia, o coach tinha publicado em suas redes o mesmo desafio. (Leia mais abaixo)

Segundo o boletim de ocorrência, durante a corrida, Bruno teve um mal súbito, desmaiou e foi levado para o Hospital Albert Einstein em um carro particular. Ele chegou à unidade com parada cardíaca. Os médicos tentaram reanimá-lo por cerca de 1 hora, sem sucesso.

O caso foi registrado como morte suspeita pelo 2º Distrito Policial de Barueri, como é praxe nesses casos. O advogado de Pablo Marçal, Tássio Renam Souza Botelho, acompanhou o registro da ocorrência.

Em nota, Marçal disse que o grupo agendou o ponto de encontro na empresa para deixar os pertences e que a corrida foi um “treino espontâneo”. A maioria dos participantes, afirma o coach, correu até 21 quilômetros, e não os 42. Marçal diz ainda que Bruno praticava corrida e que o grupo prestou socorro assim que houve o mal súbito.

“Lamentamos essa fatalidade profundamente, pois todos estão sujeitos a uma fatalidade, mas ninguém espera. Não houve manifestação prévia, pelo cuidado de não haver exposição da família e para não reviver uma dor tão difícil de suportar, o que infelizmente não foi possível, já que certas pessoas se utilizaram dessa dor para outros fins”, diz em trecho da nota (veja a íntegra abaixo)

Jovem tinha rotina saudável, diz irmão
Bruno é de Votorantim, no interior de São Paulo. Segundo a família, o jovem chegou há seis meses na capital para trabalhar para a XGrow, empresa de cursos que já pertenceu a Pablo Marçal, da qual recebia pouco mais de um salário mínimo como prestador de serviço. Além disso, fazia transporte por aplicativo para aumentar a renda.

Segundo o irmão, Luciano Teixeira, ele tinha uma vida saudável, fazia atividade física, mas não tinha treinamento para corridas. A família acredita que ele foi incentivado pela coach, que no mesmo dia publicou um vídeo informando que havia saído de casa para correr 21 km, mas que decidiu fazer 42 km. O treinador que acompanhava Marçal nesse vídeo também esteve na corrida com Bruno.

“Meu irmão estava com o treinador, estava com o grupo da empresa [Plataforma] quando isso aconteceu. Não era uma corrida organizada para um percurso tão longo, ele foi socorrido no carro de alguém que estava lá”, comenta o irmão.

A polícia requisitou exames ao Instituto Médico Legal (IML), segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. O prazo para que os laudos fiquem prontos não foi informado.

Quem é Pablo Marçal
Com milhares de seguidores em redes sociais, Pablo Marçal se apresenta como mentor e estrategista digital. Nas últimas eleições, ele chegou a ser lançado candidato à presidência da República pelo PROS, mas a candidatura foi revogada mais à frente.

Segundo as declarações de bens apresentadas ao TSE, à época Marçal tinha um patrimônio de R$ 96,9 milhões – o maior entre todos os candidatos à Presidência.

O empresário acabou concorrendo a uma vaga de deputado federal por São Paulo, foi eleito, mas teve a candidatura revogada pela Justiça Eleitoral.

Desafio no Pico dos Marins terminou em resgate
Em janeiro de 2022 Marçal organizou um desafio para os funcionários que terminou com uma operação de resgate dos bombeiros. Ele subiu o Pico dos Marins – um dos mais altos do estado de São Paulo – com algumas dezenas de pessoas.

O grupo não tinha equipamento, guias suficientes e terminou perdido no local em meio ao mau tempo. Após o caso, Marçal foi proibido por uma decisão da Justiça de fazer expedições em montanhas.

Síndica agredida por moradores deixa condomínio por medo de ameaças no litoral de SP

Síndica chegou a ficar com marcas roxas no corpo após as agressões motivadas por uma discussão com um casal de moradores em Praia Grande (SP). Roberta Silva Vieira, de 41 anos, alugou um novo imóvel para viver temporariamente.

A síndica que foi agredida por moradores de um condomínio em Praia Grande, no litoral de São Paulo, não voltou ao local desde as agressões, que aconteceram há mais de um mês. Roberta Silva Vieira, de 41 anos, alugou um novo imóvel para viver temporariamente, pois vêm recebendo ameaças.

“Estou apreensiva, pois é só eu e o meu filho [de 10 anos]”, disse em entrevista ao g1. Ela pretende voltar a viver no condomínio somente após algumas medidas de segurança.

“Tenho que trocar todos os códigos de acesso e as chaves e colocar grades onde moro, pois o meu apartamento é no térreo”, enfatizou.

Roberta conta que vem recebendo mensagens ameaçadoras de um número desconhecido dizendo que ela será atacada quando menos esperar. “Para sua casinha você não volta mais”, diz um dos recados.

Agressões
A síndica chegou a ficar com marcas roxas no corpo após as agressões motivadas por uma discussão com um casal de moradores, devido às regras do condomínio. O caso aconteceu no dia 17 de maio.

De acordo com Roberta, a mulher envolvida, de 30 anos, realizava procedimentos estéticos – como extensão de cílios, dentro do apartamento. O fluxo de clientes pelo condomínio incomodava os demais moradores. Por isso, a síndica conversou com ela e o marido, de 36 anos.

No entanto, o homem ameaçou Roberta e o filho dela após uma notificação. Dias depois, a síndica voltou a se desentender com o casal e foi agredida. Na ocasião, a Polícia Militar (PM) precisou ser acionada e o caso foi registrado como lesão corporal.

Desde então, Roberta saiu do prédio e retornou ao condomínio apenas para realizar as funções como síndica. Ela chegou a morar um tempo na casa de outras pessoas até alugar um apartamento kitnet para viver com o filho.

Já o casal, que era inquilino em um apartamento, foi orientado pela proprietária a deixar o local. Eles se mudaram na última semana, mas Roberta segue sem confiança para retornar.

Ela diz que se sente ‘impotente’ quanto às autoridades policiais, já que o homem não foi punido pelas agressões, enquanto ela segue sendo ameaçada. “Nós temos leis que não funcionam. […] Meu inquérito não vai pra frente porque a Justiça não quer ouvir minhas testemunhas”.

Polícia
Procurada pelo g1, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) informou que o caso está sendo investigado pelo 1º DP de Praia Grande. “A autoridade policial ouviu os envolvidos e realiza oitivas de testemunhas. Diligências estão em andamento para esclarecer todas as circunstâncias dos fatos”.

O g1 tentou contato com o casal alvo das denúncias, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.

Idoso morre ao bater cabeça durante confusão com agentes de escolta penitenciária em frente a hospital de Itapetininga

Conforme o boletim de ocorrência, Luís Carlos Vieira da Silva teria tentado agredir agentes, momento em que foi empurrado por um deles e bateu a cabeça.

Um idoso de 66 anos morreu após fraturar a cabeça durante uma confusão com agentes de escolta penitenciária em frente ao Hospital Léo Orsi Bernardes (HLOB), em Itapetininga (SP).

A morte foi confirmada na terça-feira (6) por familiares de Luís Carlos Vieira da Silva, quatro dias após o ocorrido.

De acordo com o boletim de ocorrência, na tarde de sexta-feira (2), o idoso acompanhava o atendimento médico de um paciente quando passou a discutir com dois policiais que faziam a escolta de detentos. Ainda não há informações sobre o que teria motivado a briga.

Durante a confusão, Luís Carlos teria tentado agredir os agentes, momento em que foi empurrado por um deles e bateu a cabeça na calçada.

Ainda segundo o registro policial, o idoso foi atendido pelas equipes do HLOB e, na sequência, foi transferido para o Hospital Regional de Sorocaba (SP). No entanto, diante do quadro de hemorragia cerebral, ele não resistiu aos ferimentos e morreu.

O corpo de Luís Carlos será sepultado nesta quarta-feira (7), no Cemitério São João da Batista.

A Polícia Civil informou que um boletim de ocorrência por desacato e comunicação de óbito foi registrado. O caso segue em investigação.

Até a publicação desta reportagem, o HLOB não se manifestou sobre o ocorrido.

Em nota, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) confirmou o ocorrido e disse que diligências apuram o ocorrido.